15 abril 2025
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Na Batalha Comercial, Poucos Países Retrucaram os Estados Unidos

A maioria dos lideres mundiais tem adotado uma postura cautelosa diante do aumento tarifário global imposto pelo governo dos Estados Unidos. Até o momento, apenas três dos 20 principais exportadores para os Estados Unidos, a saber, China, Canadá e União Europeia, implementaram ações retaliatórias.

Na sexta-feira, 4 de abril, o governo chinês anunciou a imposição de uma tarifa de importação de 34% sobre produtos provenientes dos Estados Unidos, alinhando-se assim à tarifa já implementada por Washington. Essa medida resultou em uma resposta mais severa do presidente americano, que ameaçou elevar a cobrança para 50% caso a retaliação chinesa não fosse revista. As exportações da China para os Estados Unidos totalizam aproximadamente US$ 439 bilhões.

Logo após o anúncio das novas tarifas por Trump, o Canadá também implementou taxas sobre diversas mercadorias dos Estados Unidos. O país optou pela reciprocidade e estabeleceu uma tarifa de 25% sobre veículos provenientes dos Estados Unidos, em um comércio que atinge US$ 413 bilhões em importações.

A União Europeia, que inicialmente parecia preferir negociações com os Estados Unidos, decidiu por uma contramedida de 25% sobre uma ampla gama de produtos americanos. Esse movimento ocorreu sob uma tarifa pré-existente de 20%. As exportações dos países da UE para o mercado norte-americano somam cerca de US$ 606 bilhões.

O plano de retaliação europeu começou a ser elaborado após a imposição de tarifas sobre aço e alumínio, que entrou em vigor em março. A implementação das tarifas ocorrerá em duas fases: a primeira será em 16 de maio e a segunda em 1º de dezembro.

Outras economias significativas, como Japão e Coreia do Sul, estão buscando discutir possíveis concessões a fim de ajustar as tarifas. No domingo, 6 de abril, o presidente dos Estados Unidos mencionou que mais de 50 países já manifestaram interesse em reavaliar as alíquotas aplicadas.

O Japão, que possui uma dependência militar significativa dos Estados Unidos e está sujeito a uma tarifa de 24%, tem um volume de importações que chega a US$ 148 bilhões. A Coreia do Sul, por sua vez, planeja enviar um representante do governo para negociar diretamente com os Estados Unidos, com importações que somam US$ 132 bilhões.

No entanto, ainda não se tem clareza sobre a disposição real de Trump para dialogar e possivelmente reverter as tarifas já estabelecidas. Um assessor da Casa Branca afirmou que, mesmo que alguns países decidam eliminar tarifas sobre produtos americanos, não há garantias de que o governo dos Estados Unidos diminua seus próprios impostos.

O Vietnã, um dos países mais afetados, com taxas que chegaram a 46%, se ofereceu para eliminar todas as tarifas de importação para produtos dos Estados Unidos, porém essa proposta ainda não recebeu uma resposta. O volume de importações do Vietnã para os Estados Unidos é de US$ 137 bilhões.

A Tailândia, que enfrenta uma tarifa de 37%, propôs aumentar as importações de energia, aeronaves e produtos agrícolas dos Estados Unidos, com um valor de exportação correspondente a US$ 63 bilhões.

A Índia, impactada por uma tarifa de 27%, aprovou algumas concessões, como a redução de tarifas sobre uísque, enquanto busca garantir a reavaliação dessa alíquota. O país movimenta US$ 87 bilhões em mercadorias destinadas ao mercado norte-americano.

O Reino Unido, que recebeu uma tarifa mínima de 10%, ainda está avaliando suas opções. Entre as possibilidades em discussão está a elaboração de uma lista de produtos que poderiam ser alvo de ação retaliatória, porém, até o momento, não houve decisão oficial.

O Brasil, também afetado pela tarifa mínima, continua a considerar quais ações tomar. Embora o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha feito declarações contundentes sobre possíveis retaliações, até agora não foram implementadas medidas concretas. As exportações brasileiras para os Estados Unidos totalizam cerca de US$ 42 bilhões.

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