Após a tentativa não sucedida de uma oferta pública de ações (OPA) pela família Dubrule, o Grupo Toky, resultante da fusão entre Tok&Stok e Mobly, divulgou o balanço do primeiro trimestre do ano. A receita líquida combinada alcançou R$ 381,4 milhões, com um EBITDA de R$ 53,1 milhões.
Devido à falta de dados financeiros da Tok&Stok nos 12 meses anteriores, a comparação entre períodos não é viável. Entretanto, antes da fusão, a Mobly registrou uma perda de R$ 3,6 milhões no mesmo período em 2024. O CEO do Grupo Toky, Victor Noda, destacou que houve um avanço significativo nas sinergias, resultando em uma operação mais integrada, apesar da manutenção das identidades individuais das marcas.
Nos três primeiros meses do ano, a Tok&Stok teve um aumento de 4% na receita, enquanto a Mobly enfrentou uma queda de 12,2%. No total consolidado, a receita líquida do grupo cresceu 163,2%. Noda observou que a redução de 30% nos gastos com marketing já demonstrava resultados, mesmo com investimentos mais baixos na área, e enfatizou um momento de maior rentabilidade.
Marcelo Marques, diretor financeiro e de relações com investidores, comentou que o progresso da Tok&Stok deve-se à estrutura gerencial proporcionada pela Mobly, que promoveu uma gestão mais eficiente e cortes de custos. Marques afirmou que a fusão ampliou as margens de lucro.
O presidente da companhia previu que a Mobly poderia, nos próximos meses, ultrapassar a Tok&Stok em crescimento, especialmente a partir do terceiro trimestre, já que a empresa tem uma maior presença no mercado online, que continua a expandir.
Com 17 lojas físicas, cerca de 70% da receita da Mobly provém de canais digitais, metade dos quais vem de seu site, enquanto a Tok&Stok, com 50 lojas, vê apenas 15% de seu faturamento vindo do online, sem presença em marketplaces. A estratégia é equilibrar essas fontes de receita.
O aumento do EBITDA no primeiro trimestre é atribuído ao plano de sinergia e à redução de custos resultantes da fusão das operações, que ocorreu em novembro do ano anterior. O progresso em melhor precificação e a eficiência da logística também contribuíram.
Marcantes mudanças nas operações ainda estão em andamento, e os resultados futuros devem mostrar mais claramente os impactos da fusão. O segundo trimestre, conhecido por ser menos movimentado para vendas de móveis, ainda deve apresentar resultados superiores ao mesmo período do ano anterior.
Ainda assim, o Grupo Toky enfrenta o desafio de revertir um prejuízo acumulado de R$ 39,3 milhões, embora a operação atual demonstre uma tendência de rentabilidade. O foco atual é gerar fluxo de caixa suficiente para lidar com as dívidas.
No que tange à redução de custos, a estratégia é implementada em três fases. A primeira já foi executada, visando a eliminação de duplicidades, enquanto a segunda envolve avaliação de modelos de compras e logística. A terceira fase, direcionada a mudanças no sistema operacional, deve estar concluída até o segundo semestre de 2026.
Até janeiro de 2026, as operações do centro de distribuição da Tok&Stok serão encerradas. A operação logística ficará concentrada no centro da Mobly, em Cajamar, prevendo uma economia anual de R$ 30 milhões. A integração de outlet da Tok&Stok nas lojas da Mobly também está prevista.
A tentativa frustrada da OPA pela família Dubrule impactou os resultados da Tok&Stok. O CEO do Grupo Toky definiu a operação como inviável e prejudicial aos acionistas minoritários, reforçando a importância de focar na performance da companhia.
As ações do Grupo Toky na B3 apresentaram uma desvalorização acumulada de 35,33% até 2025, com previsão de mudança do ticker em junho. A companhia possui, atualmente, um valor de mercado de R$ 119 milhões.