A NASA, agência espacial dos Estados Unidos, está prevista para ser uma das entidades afetadas por cortes orçamentários propostos pelo governo atual. Estudos divulgados em publicações científicas indicam que os planos para transformar a agência em uma estrutura “mais enxuta” visam, entre outras coisas, o envio do primeiro humano a Marte. Entretanto, essas reduções podem resultar em consequências severas para as operações científicas da NASA, que enfrentaria uma diminuição de 50% em seu orçamento, limitando-se a 3,9 bilhões de dólares. Se essa proposta avançar no Congresso, a agência poderá perder a capacidade de realizar pesquisas essenciais relacionadas a fenômenos que causam desastres climáticos.
Pesquisadores apontam que a redução de recursos ocasionaria o cancelamento antecipado de pelo menos 40 missões, que foram classificadas como de “menor prioridade” pelo governo. Entre as missões atualmente em operação que ficariam comprometidas, destacam-se dois observatórios responsáveis pela monitorização de emissões de carbono provenientes de atividades humanas, essenciais para a compreensão do efeito estufa e das mudanças climáticas.
Além disso, a proposta pode afetar projetos voltados para medições de ozônio na atmosfera, uma missão que atualmente orbita Júpiter e naves em atividade ao redor de Marte. O plano orçamentário, conhecido como “skinny budget”, contempla um corte de 163 bilhões de dólares em 2026, com uma redução de 23% nos investimentos em Saúde, Educação e Ambiente. Esses cortes focam em despesas discricionárias não obrigatórias, deixando de lado setores como Defesa e benefícios sociais obrigatórios.
A viabilidade de futuros projetos que dependem do orçamento também está sob ameaça com essas propostas. Um projeto, chamado Sistema de Observação Atmosférica, está em desenvolvimento e, se implementado, incluirá uma rede de satélites destinados a monitorar a formação e a alteração de nuvens e tempestades devido à poluição. Há discussões em andamento sobre a quantidade de poluição oriunda de navios necessária para impactar as temperaturas globais.
Em declarações a veículos de comunicação, um cientista planetário de uma renomada instituição afirmou que essa decisão representa um “erro trágico” para o novo governo, destacando a importância dos estudos da NASA para a ciência e a compreensão do nosso planeta.
