A Nestlé, empresa multinacional suíça do setor de alimentos e bebidas, anunciou nesta quinta-feira (25) que obteve um lucro líquido de 5,6 bilhões de francos suíços (aproximadamente US$ 6,33 bilhões) no primeiro semestre deste ano. Esse valor se manteve estável em comparação com o mesmo período do ano anterior. No entanto, as projeções indiciavam um lucro líquido de 5,76 bilhões de francos suíços, conforme o consenso obtido pela companhia. O lucro por ação ajustado cresceu 3,3% considerando a moeda constante, mas teve uma queda de 1% em termos reportados, alcançando 2,40 francos suíços. O lucro por ação, por sua vez, subiu 1,8%, atingindo 2,16 francos suíços. Na bolsa suíça, as ações da empresa apresentavam uma queda de 4,77% por volta das 8h15 (horário de Brasília).
As vendas totalizaram 45 bilhões de francos suíços (US$ 50,9 bilhões) nos primeiros seis meses do ano, uma diminuição de 2,7% em relação aos US$ 46,29 bilhões do ano anterior. De acordo com os dados levantados pela empresa, a expectativa era que as vendas chegassem a 45,31 bilhões de francos suíços. A medida de crescimento interno real (RIG) — indicador principal de volume de vendas da Nestlé — registrou um avanço de 0,1%, enquanto analistas previam uma redução de 0,5%. A variação dos preços ficou em 2%, abaixo da expectativa de 3%.
Assim como outras empresas do setor, a Nestlé ajustou seus preços nos últimos anos para compensar os aumentos de custos, que envolviam desde ingredientes até logística, em um contexto de inflação elevada. No último ano, a companhia aumentou os preços em média em 7,5%, mas começou a reduzir esse ritmo no início deste ano ao perceber a diminuição das pressões e a mudança de hábito dos consumidores, que passaram a optar por marcas mais acessíveis. Em termos regionais, a Nestlé alcançou crescimento orgânico na Europa (1,3%) e em mercados emergentes, como China (2,9%) e América Latina (0,1%), embora tenha enfrentado uma retração na América do Norte (-1,5%) e estabilidade na região que abrange Ásia, Oceania e África. A empresa verificou uma leve queda nas vendas em quase todas as regiões, exceto na América Latina, onde os números saltaram de 6 bilhões de francos suíços na comparação anual para 6,16 bilhões de francos suíços.
“O crescimento foi impulsionado por um aumento robusto nas vendas no Brasil, México e América Central, que compensou a desaceleração observada em outros mercados. A região conseguiu expandir sua participação de mercado em chocolate, café porcionado e produtos de culinária, apesar das perdas em café solúvel e laticínios”, conforme informado no relatório. Considerando as categorias de produtos, as marcas de café Nescafé, Nespresso e Starbucks foram as principais responsáveis pelo crescimento orgânico da Nestlé no semestre. Além disso, as vendas de ração para animais de estimação também apresentaram bons resultados, especialmente nas marcas premium. Por outro lado, a empresa notou um aumento nas vendas nas áreas de confeitaria, água, nutrição infantil, culinária e produtos lácteos.
“O crescimento interno real positivo retornou. Conquistamos um volume melhorado e um crescimento diversificado em todo o Grupo no segundo trimestre”, declarou o CEO da companhia, Mark Schneider. “Olhando para o restante do ano, continuaremos a estimular o RIG por meio de inovações que respondem às tendências do consumidor e da ampliação de nossas marcas de destaque. Ao mesmo tempo, observamos que os preços diminuíram mais rapidamente do que esperávamos; portanto, achamos prudente ajustar nossas previsões para o ano, prevendo agora um crescimento orgânico das vendas de pelo menos 3%”, acrescentou.
Para o ano fiscal de 2024, a Nestlé projeta um crescimento orgânico das vendas de até 3%, com o lucro operacional subjacente estimado para crescer a uma taxa média de um dígito. O guidance para o lucro por ação subjacente, por sua vez, “permanece inalterado, com expectativas de um aumento moderado”, de acordo com a empresa.