9 junho 2025
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Nova estátua de Stalin no metrô de Moscou provoca controvérsia

Um monumento em homenagem ao ditador soviético Josef Stalin foi inaugurado no mês passado em uma das estações de metrô mais movimentadas de Moscou, logo após a celebração do Dia da Vitória, que comemora a vitória da antiga União Soviética sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. A escultura é uma réplica de um monumento que já esteve no mesmo local em 1950, três anos antes do falecimento do líder comunista.

A nova escultura, em tamanho real, foi instalada na estação Taganskaya para celebrar os 90 anos do metrô da capital russa. A obra retrata Stalin cercado por trabalhadores e crianças que lhe oferecem flores. Este retorno da imagem de Stalin é notável, uma vez que sua figura foi removida de espaços públicos após sua morte, em um processo conhecido como “desestalinização”, que expôs as atrocidades cometidas durante seu governo.

O rompimento oficial com a figura de Stalin teve início em 1956, quando Nikita Khrushchov, na época primeiro-ministro soviético, denunciou os crimes do líder em seu discurso durante o 20º Congresso do Partido Comunista. A partir desse momento, várias estátuas foram derrubadas, seu nome foi retirado de músicas patrióticas e seu corpo, anteriormente exposto ao lado de Lenin no mausoléu da Praça Vermelha, foi sepultado discretamente perto dos muros do Kremlin.

Com a ascensão de Vladimir Putin ao poder, a imagem de Stalin começou a ser reabilitada, mesmo diante do histórico conhecido de repressão, expurgos e milhões de mortes relacionados ao seu governo. Para os críticos, essa reintrodução da figura de Stalin evidencia a tentativa do Kremlin de reescrever a narrativa histórica da era soviética, especialmente em um contexto de intensificação do conflito na Ucrânia.

A reação do público foi mista. Enquanto muitos aproveitaram para tirar fotos ao lado da estátua e deixar flores, outros expressaram seu desconforto com a situação. Alguns cidadãos colaram cartazes com declarações do presidente russo lamentando os “crimes em massa contra o povo” perpetrados por Stalin e afirmando que a modernização da União Soviética custou uma repressão “inaceitável”. Esses cartazes foram rapidamente removidos pelas autoridades.

Além disso, algumas semanas antes da inauguração da estátua, Putin assinou um decreto que renomeou o aeroporto de Volgogrado para “Aeroporto Stalingrado”, como era chamado durante a histórica batalha em que o Exército Vermelho Soviético derrotou as forças nazistas alemãs, em um dos combates mais sangrentos da Segunda Guerra Mundial.

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