O governo dos Estados Unidos declarou estar aberto a negociações e disposto a firmar acordos “sob medida” com as nações impactadas pelas novas tarifas. As tarifas, que afetam quase 60 países, incluindo uma sobretaxa de 104% sobre os produtos da China, começaram a valer na quarta-feira, às 0h00 no horário de Washington (1h00 em Brasília). As tarifas de 20% também atingem os 27 países integrantes da União Europeia.
As novas medidas comerciais dos EUA geraram preocupações sobre os possíveis efeitos na economia global. A China, como o principal rival econômico, anunciou que lutará contra essas tarifas e está disposta a dialogar com os Estados Unidos de maneira equilibrada e em busca de cooperação mútua, conforme indicado por um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.
Após um leve aumento nas bolsas na terça-feira, os mercados acionários registraram uma nova queda significativa nesta quarta-feira devido ao receio das consequências da guerra comercial. O índice Nikkei no Japão terminou o dia com uma queda de 3,93%, enquanto o iene, considerado uma moeda de refúgio, teve uma valorização de 0,7% em relação ao dólar. Outros mercados asiáticos, como Taipé e Seul, também fecharam em forte declínio.
Na Europa, os mercados abriram com perdas expressivas. Paris, Frankfurt, Londres, Madri e Milão apresentaram quedas significativas logo no início das operações. Além disso, o preço do petróleo caiu para os menores níveis em quatro anos, aproximando-se dos 60 dólares o barril. A Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) manifestou a necessidade de ação corajosa por parte dos países para enfrentar os riscos da guerra comercial.
O governo dos EUA, diante do clima de incerteza nos mercados, reafirmou que está disposto a dialogar. O presidente afirmou que diversas nações, incluindo a China, estão buscando acordos. Na Europa, a presidente da Comissão Europeia expressou a necessidade de evitar uma escalada das tensões em uma conversa com o primeiro-ministro chinês.
A União Europeia estuda a possibilidade de implementar tarifas de 25% em produtos americanos e prevê uma resposta nos próximos dias, embora tenha decidido isentar o bourbon para evitar retaliações sobre os vinhos e licores europeus. O presidente francês destacou que o objetivo é reverter as decisões do presidente Trump.
Analisando o cenário atual, economistas expressam preocupação com os efeitos da guerra comercial sobre a economia global, que podem resultar em inflação, aumento do desemprego e desaceleração do crescimento. O secretário-geral da ONU manifestou sua preocupação com os países em desenvolvimento, que sofrerão os impactos mais severos.