Parlamentares entraram com uma ação popular visando interromper o projeto de construção de um bolsão de estacionamento sob o Elevado Presidente João Goulart, conhecido como Minhocão, na cidade de São Paulo. Os legisladores afirmam que a obra começou sem o devido diálogo com a população, promovendo o descaso em relação às condições do espaço.
A Prefeitura de São Paulo iniciou nesta segunda-feira (28) a implementação de um bolsão de estacionamento no Minhocão, com a justificativa de atender às necessidades dos moradores e comerciantes da área. Segundo o vice-prefeito Ricardo Mello Araújo, o objetivo principal é eliminar o descarte irregular de lixo que ocorre sob a estrutura, que também é um espaço frequente para pessoas em situação de rua.
A administração municipal informou que o bolsão será implantado inicialmente de maneira experimental em um único trecho do Minhocão. A ciclovia existente no local será mantida, com adaptações para se adequar ao novo layout. As obras contam com o apoio da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e da Secretaria Municipal das Subprefeituras.
O vice-prefeito expressou que a ideia é avaliar a eficácia da proposta, afirmando que o estado atual do Minhocão é insatisfatório devido à sujeira e ao uso irregular do espaço. Ele enfatizou que este projeto é um teste e que a intenção é observar se o estacionamento irá ajudar a reduzir o acúmulo de lixo.
Em contrapartida, vereadores como Nabil Bonduki (PT) e Renata Falzoni (PSB) manifestaram sua oposição à iniciativa, alegando que o projeto pode agravar os congestionamentos na região, uma vez que os motoristas terão que cruzar o corredor de ônibus para acessar o bolsão. Eles também argumentam que a proposta fere os princípios do Plano Diretor da cidade, estimulando o uso de automóveis.
O vereador Bonduki defende que a ação popular visa não apenas a suspensão das obras, mas a promoção de um debate público mais amplo sobre a real necessidade e os custos associados ao projeto.
