Com a pressão do Judiciário aumentando sobre Jair Bolsonaro, a disputa pela representação do bolsonarismo nas eleições de 2026 se torna complexa. Recentes reportagens indicam que, apesar da direita ser a mais forte nas pesquisas eleitorais, ela se encontra em uma situação delicada, dividida entre um líder que deseja concorrer, mas não pode, e possíveis sucessores que avançam cautelosamente em suas ambições presidenciais.
Entre os concorrentes, destaca-se o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, do partido Novo, que tem se posicionado como uma figura central da direita antiketista. De acordo com o presidente do partido em Minas, Christopher Laguna, o foco vai além da candidatura de Zema; busca-se fortalecer a base partidária e as alianças. A candidatura de Zema é considerada quase certa e não deve depender da autorização de Bolsonaro. Laguna afirma que, apesar do apoio do ex-presidente ser desejável, a candidatura seguirá em frente com ou sem ele.
Zema conta atualmente com um elevado índice de aprovação, de 62%, e a mais recente estratégia do seu partido inclui a contratação do marqueteiro Renato Pereira, reconhecido por sua experiência em campanhas de políticos conhecidos. O Novo também aposta na importância geográfica de Minas Gerais, que faz fronteira com estados influentes e é o segundo maior colégio eleitoral do Brasil. A imagem do governador está sendo trabalhada para incorporar um discurso mais nacional, refletido em críticas mais incisivas ao governo Lula, como mostrado em um evento recente.
Embora Zema tenha se distanciado publicamente de eventos pro-Bolsonaro, ele continua a manifestar apoio ao ex-presidente, especialmente após decisões judiciais recentes que influenciam sua elegibilidade. A expectativa é que Zema esteja presente em uma manifestação importante programada para a Avenida Paulista. Sua posição é clara: Bolsonaro é visto como o principal líder da oposição e, segundo Zema, é desejável que ele possa recuperar seus direitos políticos.
As estratégias do Novo para as eleições de 2026 incluem garantir que Zema, ao concorrer à presidência, possa assegurar um sucessor no governo de Minas. O atual vice-governador, Mateus Simões, aparece como o nome mais cotado para suceder Zema, apesar de pesquisas recentes indicarem que ele conta com apenas 4% das intenções de voto. No entanto, um dado positivo para Simões é que 50% dos entrevistados acreditam que Zema merece eleger um sucessor.
A indefinição sobre os potenciais adversários para a eleição estadual também é uma preocupação, especialmente considerando que o senador Rodrigo Pacheco já declarou que não tem interesse em concorrer ao governo. Contudo, o ambiente político pode mudar até março do próximo ano. O cenário na direita em Minas Gerais é competitivo, com pesquisas mostrando que o senador Cleitinho, um aliado de Bolsonaro, lidera as intenções de voto com 33%, seguido por outros candidatos, entre eles Alexandre Kalil e Pacheco.
Quanto à política para o Senado, o Novo tem planos de apoiar a candidatura de Marcelo Aro, atual secretário de Governo, na próxima eleição.