O número de vítimas em decorrência do terremoto em Mianmar alcançou 1.700 no último domingo, 30 de outubro. Equipes de resgate internacionais e ajuda humanitária estão sendo mobilizadas para o país, onde os hospitais se encontram sobrecarregados e algumas comunidades enfrentam dificuldades significativas para organizar esforços de resgate, devido à escassez de recursos. O terremoto, de magnitude 7,7, classificado como um dos mais poderosos da história recente de Mianmar, ocorreu na sexta-feira, 28, resultando em pelo menos 3.400 feridos e mais de 300 desaparecidos, conforme informações fornecidas pelo governo militar.
O chefe da junta militar, General Sênior Min Aung Hlaing, alertou para a possibilidade de um aumento no número de fatalidades e descreveu a situação como desafiadora, de acordo com relatos da mídia estatal. Este comunicado ocorreu três dias após um pedido incomum de assistência internacional. Países vizinhos como Índia, China e Tailândia, assim como Malásia, Cingapura e Rússia, estão enviando materiais de socorro e equipes para auxiliar no atendimento às vítimas. A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho declarou que “a destruição é extensa e as demandas humanitárias aumentam a cada hora”, enfatizando a necessidade urgente de estabilizar as comunidades afetadas antes da chegada da temporada de chuvas.
As consequências do terremoto acentuaram o sofrimento em Mianmar, onde uma guerra civil se intensificou após um golpe militar em 2021. A infraestrutura crítica do país, que abriga cerca de 55 milhões de habitantes, foi seriamente danificada, incluindo pontes, rodovias, aeroportos e ferrovias, o que tem dificultado os esforços humanitários em meio a um conflito que já devastou a economia, deslocando mais de 3,5 milhões de pessoas e prejudicando o sistema de saúde. Residentes nas áreas próximas ao epicentro relataram à Reuters que a assistência governamental tem sido insuficiente, forçando a população a buscar formas de se autoajudar.
Min Aung Hlaing reiterou, em um pronunciamento às autoridades no sábado, 29, a urgência de restaurar as rotas de transporte para auxiliar nas operações de resgate. “É necessário consertar as ferrovias e reabrir os aeroportos”, afirmou. De acordo com modelagens preditivas do Serviço Geológico dos EUA, o número de mortos pode ultrapassar 10.000, e as perdas econômicas podem exceder a produção anual do país.
As operações de resgate permanecem em andamento. Hospitais em várias regiões do centro e do noroeste de Mianmar, incluindo a cidade de Mandalay e a capital Naypyidaw, estão enfrentando dificuldades severas para atender o grande número de feridos, conforme notificações do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários. O tremor também afetou a região da Tailândia, onde um edifício em construção desabou, resultando na morte de 18 pessoas na capital, Bangkok. Pelo menos 76 pessoas estão retidas sob os destroços deste prédio, com as operações de resgate se estendendo pelo terceiro dia, utilizando drones e cães farejadores para localizar sobreviventes.
O Governo de Unidade Nacional, formado por membros da oposição e remanescentes da administração anterior, anunciou que as milícias anti-junta sob seu comando suspenderão todas as ações militares ofensivas por um período de duas semanas a partir deste domingo, 30 de outubro.
