No início de junho, a Prefeitura de São Paulo e o governo do Estado anunciaram um abrangente projeto de revitalização da área conhecida como Cracolândia, localizada no centro da capital. Este projeto inclui não apenas a construção de habitações, mas também a criação de uma área de lazer. A iniciativa é parte de uma força-tarefa maior que visa eliminar a concentração de usuários de drogas em espaços públicos na região central de São Paulo.
O vice-governador do Estado de São Paulo, responsável pela coordenação das ações relacionadas ao tema, comentou sobre as medidas implementadas que resultaram no esvaziamento do espaço entre as ruas dos Protestantes e dos Gusmões, em Santa Ifigênia, durante o mês de maio. Essa área era conhecida pela aglomeração de dependentes químicos e por atividades associadas ao tráfico de drogas. Ele observou que, embora ainda seja cedo para afirmar o fim da Cracolândia, atualmente não há a formação de “novas cracolândias” no centro da capital.
O vice-governador destacou a importância de evitar que novos pontos de comércio de drogas sejam estabelecidos na área. Ele ressaltou que o trabalho do governo não se limita a erradicar o consumo de drogas, mas sim a acabar com a aglomeração na via pública. Ele expressou cautela ao abordar o futuro da Cracolândia, afirmando que a confirmação da mudança na situação da área só poderá ser feita em um período de cerca de seis meses, dependendo das ações contínuas de segurança pública e assistência social.
Em relação ao progresso desde o início de 2023, o novo coordenador das ações no centro da cidade enfatizou a importância do diálogo com diversas partes interessadas, incluindo comunidades religiosas e especialistas em saúde e segurança. Ele constatou que a região, antes desordenada, carecia de uma coordenação eficaz entre as diferentes entidades que atuavam ali. Com isso, foi elaborado um plano que delineou um conjunto de ações a serem executadas.
Um dos principais diagnósticos apontou a falta de uma política estadual estruturada sobre drogas. A criação de uma nova política foi anunciada em abril de 2023, estabelecendo as responsabilidades de cada secretaria envolvida na abordagem do problema.
As prioridades iniciais deste novo enfoque incluem a integração de áreas de saúde, assistência social e segurança. Isso levou à inauguração de um novo hub voltado para o tratamento de usuários de drogas, que já realizou mais de 30.000 acolhimentos, oferecendo cuidados personalizados.
Com relação à população que antes residia na Cracolândia, o trabalho coordenado ao longo dos últimos dois anos fez com que a região deixasse de ser um local atrativo para os dependentes. Cerca de 1.200 pessoas foram encaminhadas para clínicas, enquanto outras 980 estão participando de um programa de trabalho da Prefeitura. O objetivo principal desse trabalho é promover a independência e a autonomia dos usuários.
No que diz respeito à segurança pública, o Estado integrou dados de diversas forças de segurança, o que possibilitou a identificação e a prisão de traficantes, focando em operações de monitoramento e não em prisões de usuários. Ao longo de dois anos, aproximadamente 1.000 traficantes foram detidos, como resultado de operações coordenadas que visavam enfraquecer o ecossistema do crime na região.
 fala sobre retirada de usuários do local e a força-tarefa para eliminar consumo de drogas a céu aberto){kind=link}