O deputado Zeca Dirceu, filho do ex-ministro José Dirceu, manifestou a intenção de concorrer à presidência do diretório estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) no Paraná. A estratégia visa fortalecer sua candidatura a uma vaga no Senado nas eleições do próximo ano. Assumir a liderança da legenda pode ser um passo importante nesse processo.
As eleições internas do PT estão agendadas para julho. No entanto, a concorrência para Zeca não será simples, mesmo contando com o apoio de seu pai, que possui considerável influência dentro do partido. O deputado enfrentará Arilson Chiorato, que busca a reeleição e é aliado da atual presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. Gleisi, além de ocupar um cargo ministerial futuro, também é candidata à vaga no Senado que Zeca deseja disputar em 2026.
Zeca Dirceu, por sua vez, nega que sua vontade de concorrer ao Senado seja o motor por trás de sua candidatura à presidência do diretório estadual. O deputado alega que sua intenção é ser uma alternativa à gestão atual, a qual ele responsabiliza pelo declínio do partido em nível estadual. “É motivador saber que o PT do Paraná pode se desenvolver ainda mais e voltar a ser um dos diretórios com melhores desempenhos eleitorais do Brasil”, declarou. Ele ainda criticou os resultados do partido, que conquistou apenas três prefeituras nas últimas eleições, uma queda em relação ao total de 2020.
A rivalidade entre Zeca e Gleisi Hoffmann quanto às candidaturas ao Senado não é recente. No ano anterior, quando houve uma possibilidade de cassação do mandato do senador Sergio Moro, ambos se posicionaram como possíveis substitutos. Contudo, a absolvição de Moro impediu um confronto direto entre eles naquele momento.
Além disso, desentendimentos entre os membros do PT também ocorreram nas eleições municipais do último ano. Zeca demonstrou interesse em concorrer à prefeitura de Curitiba, mas foi ignorado pelo partido, que decidiu formar uma aliança com o PSB na capital paranaense. Essa aliança resultou em um compromisso de apoio mútuo nas futuras eleições. Devido à sua exclusão, Zeca optou por atuar de forma independente, apoiando candidatos de partidos opositores, incluindo o PL e aliados do governador Ratinho Jr. A situação gerou reações de outros integrantes do partido, como Chiorato, que afirmou que a maioria do PT decidiu de forma contrária ao que Zeca pretendia.