Os comentaristas José Eduardo Cardozo e Caio Coppolla debateram, em O Grande Debate, sobre a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal (STF) conseguir concluir o julgamento do plano de golpe antes de 2026. Há discordâncias entre ministros da Corte sobre a velocidade do julgamento envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas no inquérito relacionado à tentativa de golpe no Brasil.
De um lado, alguns ministros acreditam que o julgamento do mérito poderá ocorrer ainda este ano. Por outro lado, existe a percepção de que, apesar da vontade de parte do STF em resolver a questão rapidamente, a decisão sobre o processo pode levar mais tempo do que o esperado. Cardozo observou que a dinâmica de um processo judicial é imprevisível, especialmente em casos dessa magnitude. Ele ressaltou que, do ponto de vista político, seria ideal concluir o julgamento ainda em 2023, mas destacou que o tempo processual não necessariamente segue essa lógica, citando a presença de múltiplos réus e advogados competentes, além de possíveis incidentes processuais que demandarão atenção.
Coppolla, por sua vez, argumentou que, independentemente da data do julgamento, Bolsonaro já foi pré-julgado e pré-condenado pelos ministros do STF. Ele mencionou que o relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes, tem se referido aos manifestantes e vândalos do 8 de janeiro de 2023 como criminosos terroristas desde o primeiro dia após os eventos, o que ocorreu antes de qualquer investigação ou denúncia formal. Em sua análise, Coppolla expressou a opinião de que Moraes, na condição de vítima dos acontecimentos, não poderia liderar esse processo judicial.