7 abril 2025
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O Impacto na Indústria Automotiva dos EUA: Desafios e Novos Rumos

O aumento das tarifas estabelecido pelo governo dos Estados Unidos está projetado para impactar significativamente a indústria automotiva nos países norte-americanos. As previsões indicam uma possível queda nas vendas de veículos, estimada em 1,8 milhão de unidades até 2025, com a expectativa de que o mercado permaneça estagnado na próxima década.

Se as taxas atuais de importação permanecerem inalteradas até 2035, as vendas anuais podem alcançar apenas 17,6 milhões de veículos em dez anos. Em um cenário sem tensões comerciais e com perspectivas de crescimento, esse número poderia atingir 24,6 milhões. Portanto, com a manutenção das tarifas impostas, as montadoras podem perder a chance de vender até 7 milhões de veículos anualmente na próxima década, conforme análise da consultoria automotiva Telemetry, com sede em Detroit.

As tarifas de 25% sobre automóveis começaram a valer em 3 de abril. Veículos fabricados no México e no Canadá estão sujeitos a essa taxa; no entanto, montadoras que atendem aos requisitos do Acordo EUA-México, que substituiu o Nafta em 2020, podem se qualificar para reduções nas tarifas.

A decisão do governo americano tem levado muitas montadoras a reavaliarem suas operações de produção. Recentemente, a General Motors anunciou um aumento na produção de caminhões em sua fábrica de Indiana, enquanto a Stellantis interrompeu temporariamente a fabricação de caminhões Ram e Jeeps em duas unidades no México e Canadá, o que afetou outras cinco instalações nos Estados Unidos conectadas a esse processo.

No dia 5 de abril, a Land Rover anunciou a suspensão, por um mês, do envio de veículos fabricados na Grã-Bretanha para os Estados Unidos. Os EUA ocupam a posição de segundo maior importador de carros do Reino Unido, representando 20% das exportações britânicas.

Para mitigar o impacto das novas tarifas sobre os preços, a Ford e a Stellantis iniciaram programas de incentivos que oferecem descontos, na tentativa de manter sua participação no mercado americano. Atualmente, o preço médio dos veículos novos gira em torno de US$ 50 mil, que já refletem o aumento nas taxas de juros dos financiamentos, um efeito persistente da pandemia de Covid-19.

Em 7 de abril, a Audi, uma subsidiária da Volkswagen, optou por manter seus veículos em estoque como uma estratégia para avaliar as consequências das novas tarifas sobre o setor automotivo. A companhia possui cerca de 37 mil veículos disponíveis nos Estados Unidos, quantidade que seria suficiente para atender à demanda de vendas por dois meses.

Entre os países do bloco europeu, a Alemanha tende a ser a mais afetada pelas novas medidas dos EUA. Em 2024, os Estados Unidos importaram veículos novos da Alemanha, totalizando US$ 24,8 bilhões, representando quase metade do volume total de US$ 52,3 bilhões que a União Europeia enviou ao mercado americano. As montadoras alemãs Porsche e Mercedes-Benz estão previstas para sofrer perdas significativas, com um impacto possível de até US$ 3,7 bilhões devido ao novo imposto de importação.

Apesar da desaceleração no crescimento das vendas de veículos elétricos nos últimos anos, a Telemetry projeta que esses automóveis se tornem o motor de crescimento na próxima década, prevendo a venda de 40,5 milhões de unidades. No contexto atual, a expectativa é que os volumes de veículos no Canadá e nos Estados Unidos cheguem a 8,8 milhões de unidades, especialmente com o aumento da popularidade de veículos elétricos de longo alcance em um cenário sem conflitos comerciais.

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