3 março 2025
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O Inusitado Conselho de José Dirceu para o Governo Lula

O ex-ministro da Casa Civil e uma das figuras mais influentes do Partido dos Trabalhadores, José Dirceu, recentemente compartilhou com o presidente Lula uma proposta considerada por ele como a melhor forma de garantir a lealdade de partidos aliados que atualmente ocupam posições de destaque no governo. A ideia é que esses partidos, além de fortalecer o governo, pressionem os ministros a trabalharem de maneira mais eficaz, em um momento em que a desaprovação ao Executivo atinge níveis alarmantes. Dados de uma pesquisa recente indicam que a rejeição ao presidente ultrapassou os 60% em estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, acendendo um alerta em regiões que tradicionalmente apoiam sua administração, como a Bahia.

Dirceu sugeriu que Lula exigisse um compromisso de permanência no cargo até o final do atual mandato, em dezembro de 2026, para ministros que desejam ou se tornam parte da reforma ministerial iniciada após a demissão da ministra da Saúde, Nísia Trindade. Segundo fontes próximas a Dirceu, Lula não respondeu diretamente à sugestão, mas está ciente de que, mesmo sem uma coalizão tão instável como a que o ajudou a vencer as eleições de 2022, essa proposta é inviável.

Dentro do governo, partidos como União Brasil, Republicanos e Progressistas estão buscando alternativas e têm planos que dificultam uma aliança com Lula em um futuro projeto de reeleição. O União Brasil está considerando lançar a pré-candidatura do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, à presidência em abril; o Republicanos está tentando convencer o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, a se candidatar em 2026; e o Progressistas discute internamente a apresentação de um candidato à direita como alternativa a Jair Bolsonaro, que está inelegível até 2030.

Além disso, de entre os ministros de partidos historicamente próximos ao PT, muitos já planejam participar das eleições programadas para outubro do ano que vem. Isso inclui figuras proeminentes como o chefe da Casa Civil, Rui Costa, que provavelmente se candidatará ao Senado, além de outros ministros como Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), Juscelino Filho (Comunicações), Márcio França (Micro e Pequenas Empresas), Renan Filho (Transportes) e Gleisi Hoffmann, que foi recentemente nomeada como nova ministra da Secretaria de Relações Institucionais.

Ao propor essa sugestão ao presidente, Dirceu reconhecia que, em um governo sob pressão, colocar secretários-executivos no lugar dos ministros que se candidatarão nas eleições poderia prejudicar ainda mais a imagem da administração e gerar dúvidas sobre o comprometimento dos próprios petistas em apoiar o presidente até o final do mandato.

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