A plataforma de streaming Mubi anunciou 94 páginas de referências que foram utilizadas pela diretora Coralie Fargeat em seu novo projeto intitulado A Substância. Um dos slides, especificamente o 34°, apresenta a atriz Luciana Paes, que atua no thriller O Animal Cordial, lançado em 2017 e dirigido por Gabriela Amaral Almeida. A cena destaca sua personagem confrontando o próprio reflexo em um espelho quebrado, que fragmenta seu rosto.
O filme O Animal Cordial foi indicado a seis categorias no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro em 2019 e foi exibido em dois festivais de cinema na França: L’Étrange e Villeurbane. No momento, está disponível na plataforma de streaming Globoplay e no canal Telecine, que está integrado ao Prime Video. A narrativa do filme se desenrola em uma noite que deveria ser comum em um bistrô, mas que rapidamente se transforma em um pesadelo com uma tentativa de assalto. O restaurante se torna um microcosmo que reflete as tensões de classe e raça presentes no Brasil, onde o gerente Inácio, interpretado por Murilo Benício, assume o papel de uma figura autoritária e sádica, contando com o apoio de sua funcionária, Sara, interpretada por Paes.
Além das referências ao cinema brasileiro, Fargeat se inspirou em clássicos do horror e do drama, incluindo filmes como Nosferatu (1922), O Iluminado (1980), A Mosca (1986), Crash – Estranhos Prazeres (1996), Beleza Americana (1999) e Réquiem para um Sonho (2000). As referências incluem também imagens publicitárias e programas de exercícios aeróbicos, como os apresentados por Jane Fonda. O arquivo completo dessas referências é acessível a partir da plataforma.
A Substância teve sua estreia no Festival de Cannes, onde conquistou o prêmio de melhor roteiro e recebeu cinco indicações para o Oscar de 2025. O longa é considerado um dos principais concorrentes no caminho de Fernanda Torres para uma possível estatueta de melhor atriz, frente ao desempenho de Demi Moore no filme. A atriz, aos 62 anos, interpreta uma artista de 50 anos que perde seu emprego ao atingir a meia-idade e opta por um medicamento experimental que a duplica. Assim, surge Sue, uma versão mais jovem e idealizada da protagonista, com a qual ela precisa compartilhar a vida semanalmente. O filme tem se destacado por sua abordagem exagerada da violência e suas críticas ao machismo presente na indústria do entretenimento.
