O Papa Francisco recebeu alta do hospital no dia 23 de julho e voltou a suas atividades, ressaltando sua importância na diplomacia internacional. Ao deixar o hospital, o pontífice fez uma breve parada na Basílica de Santa Maria Maior para uma oração de agradecimento, antes de seguir para a Casa Santa Marta, sua residência no Vaticano.
A recuperação do Papa e seu retorno às funções suscitam reflexões sobre a influência da Igreja Católica no contexto global e os desafios que ela enfrenta. O professor de Relações Internacionais Vinícius Vieira observa que, nos últimos doze anos de seu papado, Francisco tem procurado reconfigurar o colégio cardinalício. Essa estratégia busca promover um equilíbrio na representatividade entre as regiões desenvolvidas e em desenvolvimento, refletindo a transformação no perfil dos fiéis católicos ao redor do mundo.
O Papa Francisco tem se dedicado a modernizar a Igreja, enfatizando sua importância não só como uma força espiritual, mas também política, mantendo-se à parte de questões partidárias. Seu foco reside no diálogo com as questões contemporâneas e na busca de soluções para problemas globais.
A Igreja Católica enfrenta um cenário de declínio no número de fiéis, especialmente nas regiões ocidentais. Vieira salienta que há uma migração significativa de católicos para denominações evangélicas, predominantemente na América Latina. Este fenômeno tem levado a Igreja a buscar novos membros na África e na Ásia. Além disso, a instituição busca restaurar sua credibilidade após uma série de escândalos. O Papa Francisco tem se empenhado em abordar essas questões por meio do reconhecimento de falhas passadas e da implementação de reformas.
A questão da sucessão papal é pertinente, considerando a idade avançada e os recentes problemas de saúde de Francisco. O próximo Papa enfrentará o desafio de dar continuidade ao processo de modernização da Igreja, equilibrando as visões progressistas e conservadoras dentro da instituição. A escolha do sucessor poderá refletir a nova realidade geográfica da fé católica, com a possibilidade de um Papa oriundo da América Latina ou da África, regiões onde a Igreja ainda possui uma forte presença e potencial de crescimento.