Na última semana, foi revelado que o Ministério Público Federal (MPF) instaurou um inquérito civil para investigar questões relacionadas à transparência no governo Lula, especificamente no Palácio do Planalto. A investigação concentra-se em práticas que incluem a imposição de sigilos de 100 anos, além de outras ações que foram criticadas por órgãos de transparência e até pelo próprio presidente, quando as críticas estavam direcionadas à gestão anterior de Jair Bolsonaro. Entre os pontos em foco, destacam-se a negativa do governo em divulgar a quantidade de assessores que auxiliam a primeira-dama, Janja, assim como informações sobre as visitas dos filhos do presidente ao Planalto. Outro aspecto investigado é a falta de dados acerca do uso do helicóptero presidencial e dos gastos com alimentação no Palácio da Alvorada.
Em uma entrevista concedida na manhã de quarta-feira à Rádio Diário FM, de Macapá, o presidente Lula foi questionado sobre a relação entre seu governo e a imprensa, especialmente no que diz respeito à liberdade de informação. Ao ser indagado, Lula sugeriu que a administração tem o direito de decidir quais perguntas são pertinentes e quais não merecem resposta, caracterizando algumas questões como “molecagem” ou “irresponsáveis”.
O presidente enfatizou que o Partido dos Trabalhadores (PT) é o responsável pela criação da Lei de Transparência e do Portal da Transparência, indicando que ainda há a necessidade de distinguir entre perguntas legítimas e aquelas que não são sérias. Ele afirmou que as indagações que são consideradas responsáveis devem ser atendidas, ressaltando o compromisso do governo com a transparência e a obrigação de responder adequadamente às questões que realmente importam.