23 março 2025
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O Principal Obstáculo na Guerra: A Possibilidade da Ucrânia Renunciar a Terras Ocupadas, Afirma Witkoff

O principal desafio na resolução do conflito entre a Rússia e a Ucrânia refere-se ao “status” da Crimeia e das quatro regiões continentais da Ucrânia que estão sob ocupação russa. O enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, identificou essas questões como “o elefante na sala” nas negociações de paz. Em uma entrevista, Witkoff, que já recebeu um retrato de Donald Trump de um artista russo como presente do presidente russo Vladimir Putin, destacou que o governo dos EUA está avançando em questões que muitos consideravam impossíveis, embora as disputas territoriais continuem a requerer soluções.

As quatro regiões continentais mencionadas foram anexadas de forma ilegal durante a invasão em larga escala da Rússia e o governo de Kiev se opõe veementemente à sua entrega. Após essa anexação, o Kremlin organizou referendos em Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson, os quais foram amplamente criticados pela comunidade internacional como uma manobra de propaganda. Witkoff, no entanto, argumentou que esses referendos demonstram o desejo local de se desvincular da Ucrânia, afirmando que a maioria da população desses locais prefere permanecer sob controle russo. O canal de notícias CNN já havia relatado que a votação ocorreu sob pressão, com um residente descrevendo os resultados como uma conclusão precoce.

Durante as negociações, Witkoff indicou que as “questões constitucionais dentro da Ucrânia sobre o que pode ser concedido em relação ao território” se tornaram o tema central durante as discussões. As conversações estão programadas para reiniciar na Arábia Saudita, onde autoridades dos EUA se reunirã com representantes da Rússia e da Ucrânia. Witkoff questionou se o mundo reconhecerá esses territórios como parte da Rússia e se o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky poderia manter sua posição política se isso ocorrer. Zelensky reiterou, recentemente, que a Ucrânia não reconhecerá os territórios ocupados como russos.

As autoridades dos EUA abordaram essa questão durante os diálogos em Jeddah, e Zelensky expressou a esperança de que um impasse poderia ser resolvido em conversas futuras, ao invés de se prolongar nas discussões iniciais sobre um cessar-fogo. Segundo ele, essa situação tem retardado significativamente o processo de paz.

Em relação a seu encontro com Putin, Witkoff descreveu o líder russo como “gracioso”, elogiando sua inteligência e sinceridade. Antes do encontro, alguém de seu círculo no governo Trump o alertou sobre a necessidade de cautela, dada a experiência de Putin na KGB. Witkoff, entretanto, avaliou positivamente essa experiência como um sinal de inteligência, destacando que, na época, os mais dotados eram recrutados para a KGB.

Ele não considera Putin uma pessoa mal-intencionada e descreveu como “gracioso” o ato de Putin ao recebê-lo em Moscou para discussões. Durante esse encontro, Putin teria encomendado um retrato de Trump ao artista russo, que Witkoff levou como presente ao presidente dos EUA. Após um incidente de tentativa de assassinato contra Trump, Putin teria dito que rezou por ele em sua igreja, não por motivos políticos, mas pela amizade que tinha.

Witkoff insinuou que a resolução do conflito na Ucrânia poderia resultar em uma colaboração mais ampla entre os dois países, mencionando a possibilidade de integração nas políticas energéticas do Ártico, compartilhar rotas marítimas, colaborar em inteligência artificial e exportar gás natural liquefeito para a Europa. Ele finalizou questionando o desejo de um mundo no qual Rússia e Estados Unidos trabalhem juntos para alcançar resultados positivos.

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