Fechado nos primeiros meses de 2022 para passar por reformas que teriam duração prevista de quatro meses, o Pronto-Socorro do Hospital São Paulo, uma das principais instituições da cidade, encontra-se em obras há 31 meses. A assessoria do hospital não forneceu uma data exata para a reabertura. Em comunicado, foi mencionado que as obras estão em fase final, mas sem uma previsão precisa de conclusão.
A administração do hospital explicou que a intervenção se estendeu devido a danos nos pilares de sustentação ocasionados por infestação de cupins, o que necessitou de ações adicionais durante a reforma. Também foi ressaltado que a deterioração do edifício original exigiu a reconstrução total da infraestrutura elétrica, hidráulica, além de teto, pisos e paredes.
Um levantamento das condições internas do local revela que quase toda a estrutura já foi reformada, embora ainda faltem equipamentos médicos e pessoal. A administração destacou que os processos assistenciais e o treinamento das equipes continuam a ser realizados. O edifício do Pronto-Socorro, construído nos anos 1960, não passou por adaptações significativas desde a sua inauguração, e a reforma vigente é considerada a primeira grande intervenção na área.
Os trabalhos estão acontecendo em uma área de 3.252 m², englobando o térreo e o primeiro pavimento. O projeto de reforma trouxe à tona que as instalações existentes estavam inadequadas e em desconformidade com as normas pertinentes a unidades de saúde, necessitando de atualizações na parte elétrica, hidráulica, gases medicinais, pintura, climatização e equipamentos.
Antes da reforma, o fluxo de atendimento não tinha separação entre pacientes adultos e infantis, um ponto que busca ser corrigido com a nova estrutura. Observou-se também que as salas de observação não dispunham de banheiros adequados, conforme as normas vigentes. Além disso, o acesso das ambulâncias se misturava com a recepção dos pacientes, prejudicando a agilidade no atendimento.
O Hospital São Paulo foi estabelecido em 1940 pela Escola Paulista de Medicina, destacando-se como o primeiro hospital-escola no Brasil. Desde 2004, a instituição é reconhecida pelos Ministérios da Saúde e da Educação como um Hospital de Ensino da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
Durante o período de reforma, houve uma queda significativa no volume de atendimentos. Dados de 2022 mostram que 69.569 atendimentos foram realizados, uma redução de 42% comparado a 2018, ano que precedeu a pandemia de Covid-19, quando foram registrados 119.824 atendimentos. O Pronto-Socorro foi fechado em 23 de maio de 2022.
No que diz respeito ao financiamento da reforma, foi divulgado que o governo do estado de São Paulo disponibilizou R$ 8 milhões em caráter emergencial, com a Secretaria de Estado da Saúde confirmando o repasse de R$ 7,7 milhões até o presente momento, seguindo o planejamento inicial da obra.
As redes sociais atualmente apresentam manifestações da população questionando a prorrogação das obras e a expectativa de retorno do atendimento. Uma UPA da Vila Mariana, situada a 400 metros do Hospital São Paulo, tem atendido a demanda emergencial, embora os pacientes tenham relatado longas esperas.
Com a reestruturação em andamento, o hospital planeja atender pacientes encaminhados via SIRESP e CRUE de forma referenciada após a reabertura do Pronto-Socorro. A Secretaria Municipal de Saúde garantiu que a UPA possui capacidade para atender até 15 mil pacientes mensalmente, enquanto sua média atual é de 11.500 atendimentos.
O Hospital São Paulo detalhou que a reforma foi ampliada devido a problemas estruturais não previstos, mas está em fase final de execução. As demais áreas do hospital continuam a funcionar normalmente, sem comprometer a capacidade do atendimento a pacientes graves.
