Uma organização criminosa que utilizava refeições para transportar drogas, celulares e outros itens ilícitos para dentro de presídios é o foco de uma operação realizada no Rio de Janeiro nesta terça-feira, 17. Policiais civis, junto com agentes da Secretaria de Administração Penitenciária, estão cumprindo mandados de busca e apreensão em 31 locais na capital e na Baixada Fluminense, após investigações que identificaram pelo menos 16 indivíduos envolvidos no esquema.
A operação, designada “Menu do crime”, foi iniciada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais, a Draco. A ação foi baseada em um relatório de inteligência da Seap que relatou apreensões de itens proibidos no Presídio Nelson Hungria (Bangu 7) em 16 de setembro de 2023. Durante essa operação, um motorista de van responsável pela entrega de marmitas foi detido no complexo, encontrando-se em seu veículo uma quantidade significativa de drogas, totalizando 20 quilos de maconha e cocaína, além de 71 celulares, 19 chips, 96 carregadores, 96 fones de ouvido e três balanças de precisão. A facilitação da entrada desses itens foi responsável pela prisão de dois agentes da Seap.
A polícia apurou que o esquema efetivamente começava com o recrutamento de funcionários da empresa fornecedora das refeições. Com a colaboração desses funcionários, as vans saíam para as entregas sem os lacres adequados, sendo desviadas no percurso até Bangu. Em pontos específicos, as quentinhas com comida eram substituídas por refeições alteradas. O funcionamento dessa rede criminosa contava ainda com a conivência de policiais penais, que não realizavam as inspeções necessárias, permitindo assim a entrada das “encomendas” para os detentos.
