A oposição no Congresso Nacional planeja concentrar seus esforços em questões de segurança pública em 2025, com o objetivo de reconquistar parte de seu eleitorado. Em contraposição, o governo está avançando com a proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Segurança Pública, que sugere alterações nas atribuições das polícias e enfrenta resistência no Legislativo. Os analistas destacam que as comissões parlamentares, que ganharam nova relevância após a pandemia, servem como uma plataforma importante para a projeção política dos parlamentares. No Senado, é esperado que membros do PL, principal partido de oposição, utilizem a Comissão de Segurança Pública para discutir temas que suscitem o interesse da sociedade.
No que diz respeito às prioridades do governo, a PEC da Segurança foi enviada como uma das principais pautas legislativas. Essa proposta contempla mudanças nas funções da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, visando o combate a organizações criminosas. No entanto, essa iniciativa tem encontrado resistência de governadores, que se preocupam com a possibilidade de perder parte de suas competências para a esfera federal. Há opinião de que o governo deva lançar propostas adicionais focadas em segurança pública para não ser marginalizado nas discussões. O senador Flávio Bolsonaro, do PL, é considerado um provável líder nas pautas de segurança no Senado, tendo já promovido debates significativos, como aqueles que resultaram na restrição das saídas temporárias de presos.
Apesar das dificuldades no âmbito da segurança, o governo tem conseguido posicionar aliados em comissões-chave. O senador Otto Alencar, do PSD, foi designado para presidir a Comissão de Constituição e Justiça, e Renan Calheiros, do MDB, assumirá a liderança na Comissão de Assuntos Econômicos. Essa configuração pode facilitar a tramitação de propostas governamentais, especialmente nas áreas econômica e fiscal. A reforma do Imposto de Renda e o aumento do limite de isenção são vistos como estratégias potenciais para que o governo melhore sua popularidade. Com uma base de apoio nas comissões mais importantes, o Executivo espera ter um avanço significativo em sua agenda econômica no Senado Federal.