Parlamentares que se opõem ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva criticaram as declarações do presidente durante uma coletiva de imprensa realizada no Palácio do Planalto na última quinta-feira. Durante a entrevista, Lula abordou diversos temas, incluindo a meta fiscal, a política monetária do Banco Central e sua relação com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho, afirmou em rede social que “o PT arrasa a economia, aumenta a dívida e depois atribui a responsabilidade pelo crescimento dos juros a outros! Passaram dois anos atacando o Banco Central, mas agora que colocaram seus próprios indicados, fazem de conta que nada mudou. A realidade é que o PT só sabe gastar, ludibriar e mentir! E, evidentemente, quem paga a conta é o povo”.
Após Lula afirmar que o aumento da taxa de juros, realizado pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central na quarta-feira, já era previsto, críticas surgiram. A taxa de juros foi elevada em um ponto percentual, resultando em uma Selic de 13,25%, sendo essa a primeira aparição de Gabriel Galípolo como novo presidente do Banco Central. O aumento da taxa de juros foi um dos principais alvos das críticas do presidente Lula durante o governo de seu antecessor, Roberto Campos Neto. Na coletiva, Lula também descartou a implementação de novas medidas de ajuste fiscal para corrigir as contas públicas, o que foi rebatido pelo vice-líder da oposição na Câmara, Carlos Jordy. Ele declarou que “Lula distorce a realidade fiscal do Brasil. As contas públicas apresentam um grande desequilíbrio, com mais de R$ 40 bilhões de déficit. Em 2023, o país terminou com o segundo maior rombo fiscal da história, totalizando R$ 230 bilhões. O ex-presidente Bolsonaro deixou um superávit de R$ 54,1 bilhões em 2022. Mente tanto e nem se envergonha”.
Outros membros da oposição também repercutiram as falas de Lula, criticando seu posicionamento. “Lula está mais perdido que o Biden na floresta. Imaginem se o presidente do Brasil fosse Bolsonaro neste momento, em que situação estaríamos? Em 2026, Bolsonaro retorna e corrige essa rota. Infelizmente, estamos prestes a perder esse tempo, mas tenho certeza de que vamos reconstruir o Brasil”, comentou Flávio Bolsonaro, líder da minoria no Senado. A coletiva de imprensa de Lula é parte de uma iniciativa do novo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Sidônio Palmeira, com o objetivo de aprimorar a comunicação do governo. O deputado Sóstenes Cavalcante manifestou seu apoio à ideia, afirmando: “Como oposição, adorei a proposta do Sidônio; espero que Lula continue promovendo coletivas desastrosas. A oposição agradece!”