O empreendedor Ricardo Laureano se destacou no setor de fintechs, tendo iniciado sua trajetória ao vender a MaxiPago!, uma empresa de gateway de pagamentos, para a Rede, do Itaú, em 2014. Posteriormente, ele fundou a Koin, que foi adquirida pela operadora de turismo online Decolar, em 2020.
Atualmente, Laureano, em parceria com Luis Felipe Magon e Mauricio Feldman, está liderando uma nova iniciativa voltada para os clubes de surfe, que vem ganhando popularidade no Brasil. O projeto, denominado Brasil Surfe Clube, busca construir dois clubes no Rio de Janeiro até 2026, com planos de expandir para um total de oito iniciativas em outras cidades brasileiras.
Para viabilizar esse empreendimento, Laureano atraiu o investimento do banco Opportunity e da Carpa, um family office que reúne executivos de destaque, incluindo Ian Dubugras e Celso Colombo. O grupo WhiteWater, especialista em tecnologia de piscinas de ondas, também adquiriu uma participação minoritária no projeto.
De acordo com Laureano, o Brasil possui um grande potencial no cenário do surfe, mas carece de marcas associadas a esse esporte. A estratégia visa atrair um novo público, incluindo mulheres e crianças.
As duas primeiras unidades do Brasil Surfe Clube estão sendo erguidas nas proximidades de Mangaratiba, na Costa Verde, e de Búzios, na Região dos Lagos. Cada um desses clubes contará com um investimento estimado em US$ 20 milhões, equivalente a aproximadamente R$ 120 milhões, e estão programados para serem inaugurados em maio de 2026.
O investimento do Opportunity está vinculado apenas ao projeto em Búzios. Dentro do Brasil Surfe Clube, foi criado um modelo que combina “lojas próprias” e “franquias”, permitindo a inclusão de diferentes sócios em futuros empreendimentos, sendo a Carpa parte de todos os atuais planos.
O objetivo é expandir o modelo de clubes de surfe para outras cidades brasileiras, com Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e Camboriú como os próximos destinos. Ativamente, estão sendo realizados levantamentos de terrenos adequados para esses novos clubes.
Um aspecto inovador do projeto será a piscina de ondas, que fará uso da tecnologia Endless Surf, desenvolvida pelo grupo WhiteWater. Essa piscina será capaz de gerar ondas com duração de até 25 segundos, considerada a mais longa do Hemisfério Sul, e poderá ser ajustada para diferentes níveis de dificuldade.
Além do surfe, o Brasil Surfe Clube contará com outras comodidades, como spa, academia, pista de skate e beach tennis. A principal atração, no entanto, permanecerá sendo a piscina de ondas, com Laureano enfatizando que o modelo não se propõe a ser um parque aquático tradicional.
O modelo adotado será de clube privado, com um título de adesão no valor de R$ 250 mil e mensalidades em torno de R$ 500. A aprovação dos sócios é necessária e garantirá acesso a todos os empreendimentos do grupo.
Em resposta a questionamentos sobre a viabilidade de construir piscinas de ondas nas proximidades da praia, Laureano comentou que, embora críticas sempre existam, as pessoas estão começando a compreender que essa proposta representa uma convivência entre ambiente de praia e piscina, e não uma substituição.
Segundo Laureano, as instalações de ondas artificiais também têm o potencial de atrair um público diversificado, como mulheres e crianças, uma vez que nas piscinas há menos disputa por espaço.
O investimento no Brasil Surfe Clube reflete uma tendência crescente de clubes privados, especialmente aqueles relacionados a esportes aquáticos. De acordo com a consultoria Mordor Intelligence, o mercado global de clubes privados deve exceder US$ 27 bilhões até 2027, com mais de 18 mil clubes existentes nos Estados Unidos, somando mais de 10 milhões de membros.
Vários outros projetos estão surgindo no Brasil nessa mesma linha. A JHSF, por exemplo, foi uma das pioneiras com a inauguração do Boa Vista Village Surf Club. Outros empreendimentos de destaque incluem o São Paulo Surf Club e o Beyond The Club São Paulo, ambos previstos para serem inaugurados nos próximos anos, oferecendo uma variedade de atividades esportivas e de lazer.
Além disso, na Praia do Preá, NE do Brasil, está sendo desenvolvido o Carnaúba Wind House, um projeto focado no kitesurfe, que contará com uma infraestrutura abrangente até 2027. Esse investimento de R$ 250 milhões visa oferecer uma experiência única aos praticantes do esporte e seus visitantes.