17 março 2025
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Os Bastidores do Plano Secreto de Ibaneis: Estratégias Reveladas

Considerando apenas o tempo de atuação, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, ainda não possui uma trajetória política amplamente reconhecida. Ele foi eleito pela primeira vez em 2018 e reeleito em 2022. Antes de sua entrada na política, dirigiu uma escritório de advocacia por quase três décadas, onde adquiriu a percepção de que nem todos os conflitos jurídicos precisam ser resolvidos publicamente. Essa habilidade foi importante na apuração de sua suposta omissão durante os eventos de 8 de janeiro de 2023, quando ocorreram invasões e destruições nas sedes do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal. Após dois anos de investigação, o ministro Alexandre de Moraes decidiu arquivar o inquérito que analisou suas ações antes, durante e após os atos de vandalismo. Mesmo assim, Ibaneis conseguiu se esquivar de problemas maiores, o que é um feito notável dado o contexto.

No dia 8 de janeiro, Ibaneis estava em sua propriedade rural. Com o início da invasão à Praça dos Três Poderes, o ministro da Justiça tentou contactá-lo para solicitar aumento no policiamento. Observando a situação pela televisão, a então presidente do STF, ministra Rosa Weber, enviou uma mensagem a ele. O vice-presidente do Congresso, senador Veneziano Vital, também tentou contatar o governador, sem sucesso. Essa ausência foi vista como suspeita. Por isso, Ibaneis foi acusado de omissão e conivência, resultando em um afastamento de seu cargo por dois meses. Sua aparente inação em face das acusações chamou a atenção, visto que não fez críticas ao STF ou ao ministro Moraes em relação à decisão de seu afastamento.

A defesa do governador adotou uma estratégia marcada pelo silêncio e pela discrição. Sem criar alarde, aliados buscaram a ajuda de ministros do Supremo e contrataram advogados renomados que mantinham boa relação com a Corte. Além disso, tentaram estabelecer um canal de comunicação com Alexandre de Moraes através do ex-presidente Michel Temer, que havia indicado o ministro ao STF. Enquanto isso, Ibaneis apresentou-se de forma transparente: deu depoimentos, mesmo sem conhecer profundamente as acusações que lhe eram imputadas, entregou seu celular às autoridades e abriu mão do sigilo. Ele também enviou representantes para se encontrar com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, que eventualmente recomendou o arquivamento do caso, após concluir que o governo de Brasília havia solicitado apoio da Força Nacional de Segurança durante os protestos.

Agora reabilitado, Ibaneis afirma que não guarda ressentimentos e pretende concorrer a uma vaga no Senado em 2026. Ele planeja formar uma aliança com o PL de Jair Bolsonaro, que visa lançar a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro para a outra vaga no Senado. No entanto, a cautela em relação aos acontecimentos de 8 de janeiro ainda prevalece. Em uma entrevista, na qual a Polícia Federal já havia descartado seu envolvimento, ele foi questionado sobre o desconforto de ter sido identificado como suspeito e afastado por ordem de Moraes. Ibaneis referiu-se à decisão com respeito, mencionando que entendeu a necessidade de um recado para todos os governadores para que não se comprometessem. Sua única crítica foi em relação às severas penalidades impostas pelo Supremo aos vândalos, o que ele considerou alimentador de mais tensão. Um aspecto curioso é que Ibaneis nunca esclareceu os motivos de não ter atendido as chamadas recebidas naquela tarde; a justificativa apresentada foi que ele estava dormindo.

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