Com o objetivo de influenciar a dinâmica política no Rio de Janeiro, um deputado federal anunciou sua pré-candidatura ao Senado para o próximo ano. Atualmente filiado ao MDB, o parlamentar informou que pretende deixar esse partido e ingressar no PRTB, com o apoio de Pablo Marçal. Contudo, essa mudança dependerá da janela partidária, que se abrirá apenas seis meses antes das eleições.
A expectativa do deputado é captar o apoio de grupos eleitorais que foram fundamentais nas últimas eleições, em especial os evangélicos. Essa estratégia já se mostrou eficaz em disputas anteriores, como as de 2002 e 2010, quando o ex-prefeito Marcelo Crivella obteve sucesso, assim como Arolde de Oliveira em 2018.
Atualmente pastor da Assembleia de Deus Ministério de Madureira, o deputado está em seu segundo mandato federal, após ter sido vereador por dois anos, aproveitando sua forte ligação com a comunidade evangélica. Insatisfeito com o MDB, ele havia se colocado como pré-candidato a prefeito do Rio, mas retirou sua candidatura devido a um arranjo político que envolveu a aliança do partido com Alexandre Ramagem, candidato do PL. Por esse motivo, ele escolheu se aliar a um partido menor, onde poderá ter maior autonomia para conduzir sua candidatura.
Ativo na esfera digital, o deputado contará ainda com o apoio formal de Pablo Marçal, que demonstrou sua capacidade de mobilizar eleitores em campanhas anteriores, especialmente nas municipais de São Paulo, onde obteve mais de 1,5 milhão de votos. Embora a filiação ao PRTB só possa ser concretizada no próximo ano, o deputado já possui respaldo da liderança nacional do partido, que confirmou sua entrada e a possibilidade de candidatura ao Senado. Um evento de lançamento de sua pré-candidatura está previsto para o fim de agosto, na Barra da Tijuca.
Ao tornar pública sua intenção de candidatura ao Senado, o deputado cria uma pressão sobre outros potenciais candidatos à direita. A proposta é provocar mudanças na política fluminense. Entre seus concorrentes, estão o governador Cláudio Castro, que planeja deixar seu cargo para a campanha, e o ex-prefeito Crivella, além de Flávio Bolsonaro, que busca a reeleição. Especula-se que Otoni e Crivella estejam negociando um acordo para que apenas um deles se candidate, a fim de evitar a fragmentação dos votos entre os evangélicos. O futuro político de Crivella, por sua vez, enfrenta incertezas, uma vez que ele precisa resolver questões com a Justiça Eleitoral para viabilizar sua candidatura.
