Em uma carta aberta dirigida aos bispos católicos dos Estados Unidos, o papa Francisco expressou críticas às políticas de imigração promovidas pelo presidente Donald Trump. No texto, publicado no dia 11 de outubro, o pontífice argumentou que a criminalização de migrantes e a adoção de políticas baseadas na força são inadequadas e levarão a resultados desfavoráveis. Ele afirmou: “O que é construído com base na força, e não na verdade sobre a igual dignidade de todo ser humano, começa mal e terminará mal”. A declaração também parece ter sido uma resposta ao vice-presidente JD Vance, que havia defendido a repressão imigratória usando um conceito teológico católico que sugere que a prioridade deve ser dada a não imigrantes.
Na mesma comunicação, Francisco ressaltou que a verdadeira “ordo amoris” deve promover o amor que é capaz de construir uma fraternidade inclusiva, sem exclusões. Além de suas observações, nesta data, o papa nomeou Edward Weisenburger, um conhecido defensor dos direitos dos imigrantes, como o novo arcebispo de Detroit. Em 2018, Weisenburger havia sugerido que agentes da patrulha da fronteira que eram católicos e participaram da política de separação familiar do governo Trump poderiam ser excluídos da comunhão.
Recentemente, Francisco também nomeou Robert McElroy como novo arcebispo de Washington D.C. O cardeal McElroy é conhecido por suas críticas à agenda política de Trump. Desde o início do mandato de Trump, o papa já havia se manifestado contra suas propostas de deportação, afirmando que a expulsão de imigrantes seria “uma vergonha”. O ex-presidente, que retornou ao cargo após quase uma década, já havia sido chamado de “não cristão” pelo papa devido ao seu desejo de construir um muro na fronteira EUA-México.
Francisco, que provém de uma família de imigrantes italianos na Argentina, tem reiteradamente defendido a importância da questão migratória, enfatizando a necessidade de acolher, proteger e integrar estrangeiros por parte dos governos em todo o mundo. Sua posição sustenta que a dignidade e os direitos dos imigrantes devem ser priorizados em relação a quaisquer questões de segurança nacional.
