26 abril 2025
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Papa Francisco chega ao seu descanso final: um tributo emocionado

O caixão do Papa Francisco chegou à Basílica de Santa Maria Maggiore, localizada no bairro de Esquilino, em Roma, próximo ao Vaticano, na tarde desta sexta-feira, 26. Este evento marca a primeira vez em mais de três séculos que um chefe da Igreja Católica será enterrado neste local, e a cerimônia de sepultamento será privada, sem transmissão ao público.

O sepultamento segue três horas de rituais fúnebres na Basílica de São Pedro, que contaram com a presença de mais de 250 mil fiéis, de acordo com informações do Vaticano. Além disso, aproximadamente 130 delegações de líderes mundiais estiveram presentes, incluindo Luiz Inácio Lula da Silva, Volodymyr Zelensky, Donald Trump, Emmanuel Macron, Javier Milei e os primeiros-ministros do Reino Unido e Itália, Keir Starmer e Giorgia Meloni.

A cerimônia teve início logo após a acomodação dos líderes na praça, com uma ordem complexa de precedência que colocou a Argentina, país natal do Papa, e a Itália em destaque. Francisco faleceu na segunda-feira devido a um acidente vascular cerebral. O funeral, começando às 10h locais, foi simplificado conforme o desejo do pontífice, que sempre promoveu a humildade. Este dia marca o início do Novendiali, um período de nove dias de luto oficial. Tal como seu desejo, ele foi sepultado no mesmo caixão, feito de madeira e zinco, em que foi velado, diferentemente de seus antecessores, que foram enterrados em caixões de diferentes materiais.

As nove missas do dia foram presididas pelo cardeal Giovanni Battista Re, presidente do Colégio Cardinalício, contando com a presença de mais de 220 cardeais e 750 bispos e padres. Os patriarcas e cardeais utilizaram vestes de cor púrpura e mitras brancas de damasco, enquanto os bispos usaram mitras brancas simples. O Coro da Capela Sistina acompanhou a celebração com cânticos em latim, e orações foram recitadas em múltiplos idiomas, refletindo a diversidade da Igreja Católica, que possui 1,4 bilhão de fiéis.

Mais de 4 mil padres celebraram o ritual na praça, distribuindo a comunhão entre a multidão de devotos. O responsável pelo ritual destacou que a maciça presença do público durante esta semana de luto demonstra o impacto que os últimos doze anos do papado tiveram na vida de muitas pessoas, tanto dentro quanto fora da Igreja.

Durante a homilia, o cardeal Re fez homenagens ao falecido Papa, destacando sua conexão com o povo, sua habilidade de se comunicar com os mais humildes e sua disposição a todos. Ele refletiu que a última imagem que muitos têm de Francisco é sua bênção final no Domingo de Páscoa, quando cumprimentou os fiéis em um passeio improvisado.

O cardeal Re, que não participará do conclave para escolher o sucessor de Francisco devido à sua idade, utilizou a ocasião para enviar um recado aos líderes presentes, enfatizando a necessidade de construir “pontes, não muros” e a condenação das guerras, classificadas como “desastres trágicos”. Durante o dia, Donald Trump se reuniu com Zelensky no Vaticano para discutir questões de paz, marcando um reencontro após um encontro anterior conturbado.

A homilia foi seguida pela liturgia da Eucaristia, que culminou na oração de despedida e na benção do caixão. À medida que a cerimônia avançava, fiéis demonstravam emoção, e a presença dos sinos da catedral de São Pedro criava um ambiente de reverência. Após a celebração, o caixão foi transportado em um papamóvel adaptado em um percurso de 4,4 quilômetros até a Basílica de Santa Maria Maggiore, onde o Papa havia solicitado ser enterrado “no chão, sem decoração especial,” apenas com uma inscrição com seu nome papal em latim: Franciscus.

Francisco optou por um sepultamento na Basílica de Santa Maria Maggiore, próxima à estação Termini, ao invés do Vaticano, seguindo um padrão diferente dos 23 papas já enterrados nas Grutas do Vaticano. Esta decisão possui uma forte simbologia, já que o templo abriga a imagem da Virgem Salus Populi Romani, à qual o Papa se voltava em oração após sua eleição e antes de suas viagens apostólicas.

O percurso entre a Praça de São Pedro e a Basílica de Santa Maria Maggiore de 4,4 km incluirá cânticos, mas o sepultamento em si não será público. Na Basílica, orações adicionais pela alma de Francisco serão conduzidas, e no caixão do Papa estarão selos do cardeal camerlengo, da Prefeitura da Casa Pontifícia, do Escritório das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice e do Capítulo Liberiano.

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