O Vaticano divulgou, na manhã de quarta-feira, 26 de julho, em Roma, às 8h (4h no horário de Brasília), que o papa Francisco teve uma noite tranquila e está descansando. Este comunicado traz um tom sereno, similar às declarações anteriores desde que o pontífice enfrentou um estado crítico no sábado, 22, quando sofreu uma crise respiratória asmática prolongada, necessitando de oxigênio em alto fluxo. Na mesma data, foi identificada uma redução no número de plaquetas, associada à anemia, que resultou na necessidade de transfusões sanguíneas. O boletim da noite de domingo, 23, indicou também uma leve insuficiência renal.
Na noite anterior, uma demonstração de fé mobilizou católicos na Praça São Pedro, no Vaticano, em oração pela recuperação do papa Francisco. Cardeais residentes em Roma e colaboradores da Cúria Romana, assim como da Diocese de Roma, lideraram a recitação do Santo Rosário em favor do Santo Padre. O evento foi transmitido ao vivo através do portal Vatican News, nas redes sociais e na Rádio Vaticano, e terá continuidade enquanto o papa estiver hospitalizado.
O último relatório do Vaticano, enviado na tarde de ontem, indicou que o Santo Padre se mantém “estável” e sem episódios respiratórios agudos. As condições clínicas são descritas como críticas, mas estáveis, com ausência de episódios respiratórios agudos e estabilidade dos parâmetros hemodinâmicos. À noite, foi realizada uma tomografia computadorizada programada para monitorar a pneumonia bilateral. O prognóstico, porém, continua reservado. Na manhã seguinte, após receber a eucaristia, o papa reiniciou suas atividades de trabalho. Ele está internado no hospital público Gemelli desde o dia 14 de fevereiro.
Na última segunda-feira, o Vaticano esclareceu que o monitoramento da leve insuficiência renal “não é uma preocupação”. Em uma coletiva de imprensa na terça-feira, autoridades da Santa Sé reafirmaram que a condição renal não provoca inquietação. Também foi mencionado que o papa ainda faz uso de oxigênio, embora de forma não permanente.
Sobre a convocação de um consistório nesta manhã, uma reunião formal entre cardeais, autoridades do Vaticano negaram que isso indicasse um movimento semelhante ao que ocorreu com Bento XVI antes de sua renúncia, em 2013. Garantiram que convocar consistórios é uma prática normal. Conforme relatos da imprensa italiana, um dos principais receios da equipe médica, discutido durante a coletiva, é o risco de sepse, uma infecção sistêmica que pode afetar o corpo todo.
Embora o papa continue lúcido, diversos compromissos foram cancelados, incluindo uma audiência papal e sua participação na missa dominical. Desde a semana passada, os boletins médicos passaram a descrever a situação como “complexa”, em decorrência do diagnóstico de uma infecção polimicrobiana e pneumonia bilateral, condição que afeta ambos os pulmões. O tratamento foi ajustado após a internação inicial devido a uma bronquite.