O sociólogo Francisco Borba Ribeiro Neto, especialista em religião, discutiu em uma edição especial do WW, transmitida no último domingo, uma estratégia adotada pelo Papa Francisco ao longo de seus 12 anos à frente da Igreja Católica. A essência dessa estratégia combina compaixão para aqueles distantes da Igreja e correção para os mais próximos. Ribeiro Neto destaca que essa lógica é característica da Igreja: enquanto corrige os que estão ao seu redor, busca acolher os que se afastaram.
A presença significativa de líderes de Estados em Roma reflete a influência da Igreja em questões globais. Além disso, relatos sobre conselhos recebidos por Francisco revelam uma aproximação com a realidade das pessoas. Recentemente, o Vaticano divulgou imagens do fechamento do caixão do pontífice, marcando um momento de reflexão sobre seu legado.
Ribeiro Neto traça um paralelo entre a atuação do Papa e a parábola do filho pródigo. Nessa analogia, o filho que se afastou é acolhido com amor incondicional, enquanto o que permanece próximo é convidado a participar dessa alegria. Essa dinâmica, segundo o sociólogo, é fundamental na abordagem de Francisco.
Entretanto, a estratégia do Papa não tem sido isenta de controvérsias. A preocupação de Francisco com questões humanas e existenciais, que não são tradicionalmente abordadas pela Igreja, causou desconforto em segmentos mais conservadores. Esses grupos enxergam a falta de rigor nas práticas da Igreja como um dos problemas contemporâneos.
O sociólogo evita simplificar o debate entre progressistas e conservadores, propondo uma análise que contrapõe “rigorismo” — a crença de que a rigidez resolve todos os problemas — e a “acolhida”, que é a abordagem mais compassiva do Papa Francisco.
