Integrantes da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo adotam uma postura cautelosa em relação à política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Essa cautela persiste mesmo após a assinatura de um decreto que institui taxas sobre a importação de aço e alumínio, além de uma referência ao etanol brasileiro durante a divulgação de tarifas recíprocas.
O deputado federal Julio Lopes, que assumirá a presidência da Frente em 2025, destacou, em recente entrevista, que há uma avaliação entre parlamentares de que, até o presente momento, as ações de Trump não têm tido um impacto significativo na competitividade do Brasil. Lopes, atual secretário-geral da Frente, sucederá o deputado Arnaldo Jardim, que ocupa a presidência atualmente.
A prudência em relação às medidas tarifárias se deve, em grande parte, ao fato de que o Brasil possui um déficit comercial com os Estados Unidos, que, no ano anterior, foi de cerca de R$ 283 milhões. Esse cenário indica que o país importou mais do que exportou para seu parceiro comercial norte-americano. Lopes acredita que essa situação é considerada pela Casa Branca e pode influenciar suas estratégias.
Apesar da cautela expressada, o parlamentar acredita que, caso a conjuntura mude e tarifas prejudiciais à competitividade brasileira sejam implementadas, o Brasil está “bem posicionado” para se adaptar ao cenário global e mitigar possíveis danos. Ele observou que o Brasil já mantém relações comerciais com uma variedade de países, incluindo a China, e há potencial para fortalecer laços com outros parceiros comerciais.
Em uma ação mais recente, Trump assinou um decreto que impõe tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, com implementação a partir de 4 de março. Além disso, no dia 13, ele anunciou a aplicação de tarifas recíprocas a países que impõem impostos sobre exportações americanas, com o etanol brasileiro sendo especificamente mencionado nesse contexto.