O julgamento de Paulo Cupertino, que cumpre uma condenação de quase 100 anos de prisão, revelou novos elementos sobre o crime que chocou o Brasil. Durante seu testemunho, Cupertino ocupou a sessão com um monólogo de mais de duas horas, interrompendo tanto advogados quanto promotores. Ele negou ter disparado as armas que resultaram nas mortes, afirmando que possuía a documentação de suas armas, mas que no momento do crime não estava armado. Ele desafiou a promotoria a apresentar gravações que comprovassem que ele estava munido ou atirando nas vítimas, sugerindo que um homem armado do lado de fora da residência teria cometido os homicídios. A promotoria considera essa alegação como uma narrativa fantasiosa.
Isabela Tibcherani, filha de Cupertino, também foi ouvida durante o julgamento. Ela contou que no dia do crime se encontrou com seu namorado, Rafael, e com os pais dele, Miriam e João. O grupo decidiu ir à casa de Isabela para dialogar com Cupertino. Conforme relatado por Isabela, ao chegarem, Cupertino a puxou para dentro de casa, fechando a porta de maneira agressiva e bloqueando qualquer tentativa de conversa. Ela mencionou ter ouvido Cupertino afirmando que não conversaria, seguido pelos disparos. Ao sair, encontrou os corpos de Miriam, Rafael e João Miguel, todos assassinados a tiros.
Durante o julgamento, Cupertino fez críticas severas à atuação da polícia, da promotoria e até mesmo às suas próprias advogadas, sendo advertido pelo juiz por sua postura. Ele foi instruído a permanecer sentado e a tratar todos com respeito. Apesar das advertências, Cupertino prosseguiu com seu discurso contínuo, afirmando que dorme tranquilamente, não obstante as acusações que enfrenta. O ator Rafael Miguel e seus pais foram mortos com um total de 12 disparos. Após o atentado, Cupertino se evadiu, mas foi detido pela polícia em 2022.
