1 março 2025
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Pedido de investigação sobre vazamento de delação é apresentado

A defesa de Mauro Cid, ex-assessor de Jair Bolsonaro, solicitou ao ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal a abertura de uma investigação para localizar e responsabilizar quem teria vazado a colaboração premiada do militar à mídia. Os advogados argumentaram que esse vazamento foi realizado de maneira criminosa, colocando em risco tanto a vida do colaborador e sua família, quanto a integridade do processo em uma questão tão delicada e que interessa a todo o país. A solicitação foi formalizada em uma petição enviada ao ministro.

No último domingo, um dos primeiros depoimentos foi publicado pelo jornal “O Globo” e confirmado por outra fonte de notícias. Aliados de Bolsonaro não interpretam a delação de Cid como a revelação de uma organização criminosa. A possibilidade de novos indiciamentos também foi mencionada pelo diretor da Polícia Federal em relação ao plano de golpe. Eduardo Bolsonaro, por sua vez, declarou que o processo de delação é ilegal.

Os advogados de Cid, César Bitencourt, Vânia Bitencourt e Jair Alves Pereira, afirmaram que não têm a intenção de penalizar a imprensa por exercer o direito de informar. No entanto, enfatizaram que o caso não deve ser confundido com a violação de sigilos. Durante seu depoimento à Polícia Federal, Mauro Cid mencionou nove dos 40 indiciados pela PF por supostas tentativas de golpe após as eleições de 2022. Ele relatou que, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, existiram três grupos em torno de Bolsonaro.

O primeiro grupo, composto por “conservadores”, tinha um objetivo político específico: transformar Bolsonaro em um “grande líder da oposição”. Entre os membros desse grupo estariam o senador Flávio Bolsonaro e Bruno Bianco, ex-advogado-geral da União. Havia também os “moderados”, que reconheceram as “injustiças” do Brasil, mas eram contra intervenções radicais. Cid afirmou que para essa facção, nada poderia ser feito após o resultado das eleições, pois quaisquer ações que contradissessem isso seriam consideradas um golpe armado. Nesse grupo estavam o general Marco Antônio Freire Gomes, então comandante do Exército, e o general Paulo Sérgio Nogueira, que ocupava o cargo de ministro da Defesa.

O terceiro grupo, segundo a delação, era formado por “radicais”, que se dividiam em dois núcleos: um focado em investigar supostas fraudes nas urnas e o outro com uma agenda em busca de uma solução violenta. No segundo núcleo, segundo a colaboração, estavam o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, e o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde.

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