No sábado, 19 de outubro, em Pequim, realizou-se a primeira meia maratona do mundo para robôs humanoides. O evento ocorreu na “E-Town”, uma área de desenvolvimento tecnológico da capital chinesa, e representou as ambições da China na área de novas tecnologias. O objetivo da competição foi testar os limites dessas máquinas, que futuramente poderão desempenhar funções tradicionalmente humanas. Ao longo dos 21 quilômetros da prova, alguns robôs enfrentaram dificuldades: um pequeno androide, que caiu no início, conseguiu se levantar sob os aplausos do público, enquanto outro, com design inspirado em Transformers, desviou da trajetória e colidiu com uma barreira.
Os corredores humanos, que competiram em uma pista separada, registraram os momentos do evento com seus smartphones. O robô que completou a prova primeiro foi o “Tiangong Ultra”, que levou 2 horas, 40 minutos e 42 segundos para cruzar a linha de chegada. Com 1,80 metros de altura e 52 quilos, foi mais lento do que o vencedor humano, que terminou a corrida em 1 hora, 2 minutos e 32 segundos. Tang Jian, diretor de tecnologia do Centro de Inovação de Robôs Humanoides de Pequim, expressou sua satisfação com o desempenho da máquina, ressaltando que três metas foram atingidas: finalizar a corrida em menos de três horas, completar a prova com um único robô e a chegada em primeiro lugar.
O Centro de Inovação de Robôs Humanoides foi estabelecido pelo governo central e autoridades locais, trazendo parcerias com duas empresas privadas de tecnologia e duas estatais. O evento atraiu diversos espectadores, incluindo famílias que se mostraram empolgadas com a competição. Huang Xiaoyu, uma mãe de 38 anos, mencionou que sua filha estava ansiosa para assistir à corrida, destacando a impressionante evolução dos robôs chineses.
Cerca de 20 equipes de diferentes regiões da China participaram, com robôs pesando até 88 quilos. Liang Liang, diretor-adjunto do comitê de gestão da E-Town, comentou que correr em uma pista pode parecer simples para humanos, mas para robôs humanoides representa um grande avanço. A maratona é um passo significativo em direção à industrialização desses robôs, alguns dos quais competiam de forma autônoma enquanto outros eram controlados remotamente.
Os engenheiros envolvidos no evento enfatizaram que o foco estava na avaliação do desempenho e confiabilidade dos robôs. A prioridade era cruzar a linha de chegada, dadas as limitações do setor. Segundo Cui Wenhao, engenheiro da Noetix Robotics, a competição apresentou desafios para as baterias, motores, estruturas e algoritmos das máquinas. O evento é considerado um impulso significativo para a indústria da robótica.
Os especialistas pretendem que os robôs humanoides consigam se integrar à sociedade e realizar tarefas típicas dos seres humanos. A China, como a segunda maior economia do mundo, busca se estabelecer como líder em inteligência artificial e robótica, competindo diretamente com os Estados Unidos em um cenário de crescente rivalidade comercial. Com isso, as empresas chinesas, principalmente as privadas, têm se destacado no setor de novas tecnologias, como demonstrado pela startup DeepSeek, que chamou a atenção por desenvolver um robô conversacional com um custo significativamente inferior ao de concorrentes americanos, como o ChatGPT.
