Cinco dias após a descoberta do corpo da adolescente Vitória Regina Sousa, de 17 anos, assassinada em Cajamar, São Paulo, a polícia ainda não identificou o autor ou motivação do crime. Vitória desapareceu na noite de 26 de fevereiro ao voltar do shopping onde trabalhava, e seu corpo foi encontrado uma semana depois em uma área de mata, apresentando sinais evidentes de tortura e brutalidade, além de estar nu e com os cabelos raspados.
Durante a investigação, dezoito pessoas foram interrogadas. Um homem, Maicol Antonio Sales dos Santos, residente na região, foi preso no último fim de semana. Ele é dono de um Toyota Corolla prata que foi visto nas proximidades do local onde Vitória desapareceu. O veículo foi apreendido e a perícia está avaliando vestígios de sangue encontrados no interior, para verificar se correspondem ao DNA da adolescente.
Além de Sales dos Santos, outros dois indivíduos estão sendo investigados. Um deles, Gustavo Vinicius Moraes, é conhecido da jovem, e a polícia alega ter evidências de que ele esteve nas proximidades da cena do crime, além de inconsistências em seu depoimento. Ele se apresentou à delegacia, negou envolvimento e afirmou ter recebido ameaças, sendo liberado posteriormente. O outro suspeito, Daniel Lucas Pereira, teve seu celular apreendido, sendo acusado de ter gravado imagens do trajeto que Vitória fez até sua casa.
O pai da vítima, Carlos Alberto Sousa, teve seu nome ventilado como suspeito na segunda-feira, mas o delegado Luiz Carlos do Carmo, responsável pelo caso, negou essa possibilidade durante uma coletiva de imprensa. Carlos Alberto expressou sua frustração em entrevista, dizendo que não possui informações sobre a investigação e que tem apenas conhecimento sobre a morte da filha, sem detalhes sobre quem poderia ser o responsável ou os motivos.
Carlos Alberto comentou que conhece apenas um dos suspeitos, Daniel, e o ex-namorado de sua filha, Gustavo, que vive em outra localidade. Afirmou não ter conhecimento de um terceiro Gustavo mencionado nas investigações e não se sente à vontade para acusar alguém sem provas concretas.
Sobre a noite do desaparecimento, ele confirmou que tentou contato com Vitória, que costumava voltar para casa após o trabalho. No entanto, devido a problemas com seu carro, não conseguiu buscá-la naquele dia. Ele rebateu informações sobre uma suposta briga na família, destacando que Vitória sempre se comunicava e não havia conflito que justificasse uma mudança de casa.
Carlos Alberto também refutou a ideia de que teria solicitado apoio financeiro ou terreno ao prefeito de Cajamar após a tragédia. Ele esclareceu que pediu ajuda para encontrar uma nova residência, desejando se mudar do bairro onde reside, pois já enfrentou tragédias familiares naquele local.
Sobre a segurança na região de Ponunduva, ele negou que seja violenta, mencionando que reside ali desde 2005 sem nunca ter presenciado um crime semelhante. Expressou seu desejo de mudar-se devido a perdas anteriores na família.
Por fim, em relação ao apoio da comunidade, Carlos Alberto afirmou que a família tem recebido suporte, mas até o momento ninguém trouxe informações relevantes sobre a noite do crime. Ele enfatizou que Vitória era uma pessoa querida e trabalhadora, e espera que as autoridades conduzam a investigação de maneira eficaz, desejando eventualmente saber o que aconteceu e encontrar o responsável pela morte da filha.