As perícias realizadas no material apreendido de Flávio Botelho Peregrino, ex-assessor do general Walter Braga Netto, indicam a presença de elementos que sustentam a acusação de uma tentativa de golpe. Fontes da Polícia Federal (PF) afirmam que os documentos encontrados revelam que altos membros do governo de Jair Bolsonaro demonstraram disposição para atentar contra o Estado Democrático de Direito, com um planejamento abrangente. Esse conjunto de evidências possibilidade novos indiciamentos, incluindo o próprio coronel.
A investigação ainda está em andamento e os materiais continuam sendo analisados. Até o momento, foram apreendidos quatro notebooks, dois celulares iPhone, dois HDs externos e 36 pen drives. A expectativa é que a perícia seja concluída até março, com o conteúdo sendo enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) no contexto do inquérito relacionado ao golpe. A prisão do general Braga Netto e as buscas e apreensões contra o coronel foram motivadas por indícios de que o general teria tentado acessar informações sobre a delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid. A medida foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, em razão da tentativa de obstrução da justiça.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou uma denúncia que inclui um documento encontrado na sede do PL em Brasília, na mesa do coronel. Este documento, conforme indicado pela procuradoria, possui “conteúdo muito semelhante” e reforça a conexão entre os integrantes da organização criminosa. Na mesa do coronel, foi localizada uma pasta intitulada “memórias importantes”, que continha um esboço da chamada “Operação 142”. O ex-ministro Braga Netto, que também figura na denúncia da PGR, é referido como parte de um “núcleo crucial da organização criminosa”. Esse núcleo é descrito como responsável pelas “principais decisões e ações de impacto social” que estão delineadas na denúncia.