sexta-feira, janeiro 31, 2025
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Perspectivas para a Selic: O futuro da taxa de juros no Brasil

Se alguém pensava que a taxa básica de juros no Brasil poderia permanecer em 13,25%, estabelecida ontem pelo Banco Central, é hora de reconsiderar essas previsões. Economistas e gestores consultados são unânimes em afirmar que a Selic deve, no mínimo, chegar perto de 15% ao ano, podendo até superar esse patamar.

A reportagem conversou com diversas instituições que estimam a Selic entre 15,25% e 15,75% até o final do ano. Essa expectativa se baseia na confiança que os participantes do mercado estão desenvolvendo em relação ao Comitê de Política Monetária (Copom), especialmente após o anúncio de que haverá um novo aumento na taxa de juros na reunião de março, com a inflação sendo monitorada para direcionar os próximos passos.

Para Álvaro Frasson, economista do BTG Pactual, o Banco Central demonstra confiança em relação aos fatores que podem levar a uma queda da inflação, pois a significativa desancoragem das expectativas de inflação não resultou em um pronunciamento mais firme sobre a questão. Dada a manutenção do compromisso da autoridade com o controle inflacionário “para além da próxima reunião”, a expectativa do BTG é que o ciclo de aumento não se encerre em 14,25%, embora possa ocorrer um ritmo mais lento a partir de maio.

Na mesma linha, Natalie Victal, economista-chefe da SulAmérica Investimentos, acredita que a posição adotada recentemente pelo Banco Central já leva em conta a atividade econômica como um risco de baixa para a inflação e que a projeção de inflação de 4% se posiciona na parte inferior das expectativas do mercado. Ela também observou que a autoridade retirou a pluralidade na indicação da política monetária para os próximos encontros. “A impressão é que o Banco Central já está considerando os atrasos na política monetária”, afirma a economista, que projeta um aumento de 1 ponto percentual em março e uma Selic de 15% ao ano.

De qualquer forma, o mercado aguarda uma postura mais rigorosa do Copom em relação à política monetária, continuando com o ciclo de alta da Selic enquanto não houver indícios de que a inflação está se aproximando da meta. De acordo com a equipe econômica do Banco Pine, sob a liderança de Cristiano Oliveira, o Comitê demonstrou interesse em ter liberdade em suas futuras decisões, mantendo uma comunicação voltada para o aumento de juros. “Para embasar nossa análise, lembramos que o ‘termômetro do Copom’, desenvolvido por meio de um algoritmo de machine learning, indica que este comunicado é o segundo mais severo desde 2015”, comenta o banco.

As consequências para os mercados também são significativas após essa decisão e as perspectivas do Copom a partir de agora. Segundo a Monte Bravo, a elevada incerteza fiscal e a taxa de juros atual não justificam uma alocação mais ampla em ativos de risco. A recomendação é manter uma carteira defensiva, priorizando investimentos em títulos pós-fixados e aumentando significativamente a porcentagem indexada ao dólar, de forma direta ou indireta.

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