1 abril 2025
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Pesquisa Relaciona Explosões Estelares a Extinções em Massa

Paleontólogos identificaram cinco grandes extinções em massa documentadas no registro fóssil, caracterizadas pela extinção significativa de espécies em um curto período geológico. As causas dessas extinções em massa são discutidas em várias teorias, que vão desde fatores terrestres, como erupções vulcânicas e mudanças ambientais drásticas, até causas de origem extraterrestre, incluindo o impacto de asteroides e outros eventos de alta energia. Há também uma hipótese que sugere a implicação de supernovas — explosões extremamente energéticas resultantes do colapso gravitacional de estrelas massivas.

Pesquisadores propuseram uma conexão entre supernovas e as extinções que ocorreram no final do Devoniano e do Ordoviciano, há aproximadamente 372 e 445 milhões de anos, respectivamente. A extinção do Ordoviciano resultou na perda de cerca de 60% dos invertebrados marinhos, enquanto a extinção do final do Devoniano causou a extinção de aproximadamente 70% de todas as espécies, incluindo alguns dos primeiros grupos de peixes no registro fóssil. Investigações anteriores não conseguiram estabelecer uma causa definitiva para essas extinções, embora frequentemente sejam atribuídas a mudanças nos níveis do mar ou ao início de eras glaciares, sem descartar a possibilidade de fatores externos.

As supernovas ocorrem quando estrelas massivas esgotam seu combustível, esfriam e colapsam sob a pressão gravitacional, resultando na expulsão violenta de suas camadas externas e na liberação de ondas de choque e radiação. Essa combinação pode prejudicar a atmosfera de um planeta ou até mesmo destruir a camada de ozônio, expondo a vida à radiação cósmica prejudicial. A possibilidade de que uma supernova próxima tenha impactado a Terra gera preocupações significativas, conforme indicado por um dos coautores do estudo.

Os pesquisadores conduziram um inventário de estrelas massivas em um raio de um kiloparsec (aproximadamente 3.260 anos-luz) do Sol, analisando suas quantidades em relação a registros de colapsos estelares, como buracos negros e estrelas de nêutrons. Essa análise fornece uma base para os astrônomos identificarem ondas gravitacionais e fenômenos associados ao colapso estelar. Além disso, os cientistas puderam estimar a taxa de supernovas ocorrendo a menos de 1.000 anos-luz de distância da Terra, o que pode ter implicações sobre os efeitos dessas explosões em nosso planeta.

As estimativas realizadas indicam que a taxa de supernovas próxima à Terra é compatível com a taxa de eventos de extinção em massa associados a forças externas, como as supernovas. Contudo, essa conexão permanece especulativa, pois a ausência de evidências concretas, como elementos específicos resultantes de supernovas e encontrados em sedimentos oceânicos, limita a confirmação de que tais eventos se concretizaram.

Ademais, existe a possibilidade de que os impactos potenciais de uma supernova tenham sido exagerados. Especialistas sugerem que o campo magnético da Terra poderia atuar como um escudo, protegendo a atmosfera do planeta de perder sua integridade. Mesmo se houvesse alguma perda atmosférica, as camadas restantes, em conjunto com o campo magnético, poderiam amortecer os efeitos da radiação prejudicial na superfície terrestre.

Um estudo intitulado “A census of OB stars within 1 kpc and the star formation and core collapse supernova rates of the Milky Way” foi disponibilizado como pré-print no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

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