A Polícia Federal (PF) está em fase de finalização do relatório da investigação da chamada “Abin Paralela”. Os membros da equipe responsável estão revendo detalhadamente as evidências coletadas, a fim de compor o documento que será enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Essa etapa consiste na verificação minuciosa das informações, garantido que os dados apresentados sejam consistentes e relevantes para os indiciados.
Entre os indiciados estão Carlos Bolsonaro, vereador do Rio e filho do ex-presidente; Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Abin; e Jair Bolsonaro. A PF considera que a denúncia formulada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) possui aspectos técnicos que contribuem para o fortalecimento do relatório a ser preparado.
Fontes ligadas à investigação indicam que o relatório deve ser entregue até março, destacando a necessidade de concluir as apurações relacionadas ao ex-presidente no contexto da acusação de golpe de Estado. A investigação revela a existência de um esquema de espionagem ilegal, que teria como base o uso inadequado da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Até o momento, a coleta de informações foi compartilhada com o inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado. Na denúncia apresentada pela PGR, foi destacado que a Abin foi utilizada para disseminar notícias falsas visando desacreditar o sistema eleitoral e atacar adversários políticos. O documento afirma que o núcleo envolvido funcionava como uma central de contrainteligência de uma organização criminosa, utilizando recursos da Abin para gerar desinformação.
A admissão do esquema relacionado à “Abin Paralela”, conforme analisado por autarquias de investigação, acaba por fortalecer as linhas de investigação em andamento pela PF. Os investigadores ressaltam que isso adiciona uma nova prova que evidencia como a tentativa de golpe de Estado está interligada com outras investigações, incluindo fraudes com cartões de vacinação, o próprio esquema da “Abin Paralela” e a comercialização de joias pertencentes ao patrimônio da presidência.