A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) iniciaram uma operação chamada “Dia Zero” com o objetivo de desmantelar um grupo criminoso acusado de desviar recursos da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, na Bahia, através da contratação irregular de organizações sem fins lucrativos. Nesta operação, foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de 100 milhões de reais em contas de pessoas físicas e jurídicas, bem como o afastamento de servidores públicos de seus cargos.
Cerca de 130 policiais federais e 18 auditores da CGU participaram das ações nos municípios de Salvador, Mata de São João e Itapetinga, além da capital Maceió, em Alagoas. A investigação teve início após a identificação de um grupo formado por entidades sem fins lucrativos e várias empresas que tinham contratos com diversas prefeituras na Bahia, que supostamente liderava um esquema de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro.
Durante as investigações, foi notada uma entidade contratada pela prefeitura de Salvador para a prestação de serviços de tecnologia da informação (TI) na área de saúde, a qual apresentava um faturamento elevado nos últimos anos. Ao aprofundar as apurações, os investigadores detectaram irregularidades no processo de licitação realizado pela Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, que resultou no contrato de TI.
Além das irregularidades relacionadas à licitação, a PF e a CGU descobriram que a entidade envolvida simulava a execução de pagamentos, transferindo recursos para empresas privadas pertencentes a proprietários ligados aos servidores públicos que estavam implicados nas fraudes, além de funcionários da própria entidade. Essa operação visava ocultar tanto o desvio de recursos públicos quanto a identidade de seus beneficiários reais.