Na terça-feira, 18 de outubro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou um total de 34 indivíduos por supostas tentativas de golpe de Estado, dos quais 24 são militares das Forças Armadas. Entre os denunciados figuram seis generais e um almirante, com a exceção da Força Aérea Brasileira, que não teve nomes mencionados no documento da PGR.
Notas e declarações de juristas indicam que, se houver condenação, o ex-presidente Jair Bolsonaro pode enfrentar penas que podem chegar a 39 anos de prisão. O ministro da Defesa ressaltou que a denúncia elimina a suspeição sobre aqueles que não estavam envolvidos diretamente nos eventos. Advogados afirmam que as provas apresentadas pela PGR são substanciais e robustas.
A lista de militares denunciados inclui diversas figuras vinculadas ao governo anterior e atuações comprometedoras:
– Ailton Gonçalves Moraes Barros, major reformado do Exército e ex-candidato a deputado estadual pelo PL no Rio de Janeiro, foi preso na operação relacionada às fraudes no cartão de vacinação do ex-presidente.
– Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, é mencionado como signatário de uma nota em defesa de acampamentos militares após a derrota eleitoral de Bolsonaro e foi citado em delações como parte de um suposto golpe.
– Angelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército, ocupou um cargo no Sistema Único de Saúde (SUS) durante a administração Bolsonaro e foi alvo de investigações por vínculos em tentativas golpistas.
– Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, tem um histórico de declarações favoráveis ao golpe militar de 1964 e foi sugerido para liderar um “gabinete de gestão de crise”.
– Corrêa Netto, coronel, foi preso e é acusado de incentivar um plano de intervenção militar, mas obteve liberdade após colaborar com as investigações.
– Cleverson Ney, coronel da reserva, e Estevam Theophilo, general, também estão ligados a ações golpistas, sendo que este último supostamente apoiou ações violentas contra líderes políticos.
– Fabrício Moreira de Bastos, coronel e bacharel em Ciências Militares, e Giancarlo Gomes Rodrigues, subtenente, foram identificados em investigações por atitudes ilegais.
– Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel, passou por exoneração por possíveis envolvimentos em planejamentos golpistas.
– Jair Bolsonaro, ex-presidente e militar da reserva, teria conhecimento de um plano envolvendo a morte de autoridades.
– Mário Fernandes, general da reserva, foi preso sob suspeita de conspirar para assassinar lideranças.
– Mauro Cesar Barbosa Cid, tenente-coronel, era ajudante de ordens do ex-presidente e está na lista de denunciados.
– Outros militares, incluindo Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, Rafael Martins de Oliveira e Ronald Ferreira de Araújo Junior, estão sob investigação por suas ações ou envolvimentos diretos em estratégias bolsonaristas.
– Reginaldo Vieira de Abreu, coronel da reserva, teria ajudado a disseminar desinformação sobre o sistema eleitoral, enquanto Walter Souza Braga Netto, general da reserva e ex-chefe da Casa Civil, está ligado a investigações em torno de ações golpistas.
Esses eventos e as desdobramentos legais derivados das acusações estão intensamente sendo acompanhados pela sociedade e pelas instituições envolvidas.