O procurador-geral da República protocolou um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira, 17 de outubro, com o objetivo de tornar réus os investigados do denominado “núcleo policial e militar” em um caso que apura uma suposta conspiração golpista. Essa ação ocorreu após a análise da defesa prévia do chamado “núcleo 3”, que é majoritariamente composto por militares. Eles são acusados de planejar assassinatos do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes, que é também o relator da investigação. As defesas prévias dos acusados foram enviadas à Procuradoria-Geral da República por Moraes em 8 de março.
O procurador-geral destacou que a denúncia elaborada apresenta uma descrição detalhada das ações delituosas, incluindo as circunstâncias envolvidas. Segundo ele, a denúncia explicita de maneira compreensível e individualiza a conduta criminosa supostamente adotada por cada um dos denunciados. Além disso, foi negada a alegação de que a defesa dos acusados não teve acesso integral aos autos do processo. O procurador enfatizou que o ministro Alexandre de Moraes disponibilizou todos os dados necessários à defesa, indicando que muitos desses dados já eram de domínio público.
O “núcleo 3” da investigação é constituído por várias figuras militares, incluindo: Bernardo Correa Netto, coronel que foi preso durante a operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal; Cleverson Ney, coronel da reserva e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres; Estevam Theophilo, general da reserva e ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército; Fabrício Moreira de Bastos, coronel do Exército, supostamente vinculado a uma carta com conteúdo golpista; Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército; Márcio Nunes de Resende Júnior, coronel do Exército; Nilton Diniz Rodrigues, general do Exército; Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel e membro do grupo “kids pretos”; Rodrigo Bezerra de Azevedo, tenente-coronel do Exército; Ronald Ferreira de Araújo Junior, tenente-coronel do Exército, acusado de participar de discussões sobre um plano golpista; Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, tenente-coronel e Wladimir Matos Soares, agente da Polícia Federal.