Billy Monger, agora com 25 anos, passou por uma transformação significativa após um grave acidente que ocorreu quando tinha apenas 17 anos. O piloto britânico, que competia em uma corrida de Fórmula 4 na Inglaterra, sofreu uma colisão devastadora, resultando na amputação de ambas as pernas devido aos ferimentos. Este evento trágico alterou drasticamente sua trajetória de vida.
Hoje, Monger é aceito como uma figura inspiradora, demonstrando uma admirável resiliência diante das adversidades. Sua recente conquista no mundo do esporte testemunha esta determinação. Em outubro do ano passado, ele estabeleceu um novo recorde mundial, tornando-se o bi-amputado mais rápido a completar um Ironman. Durante o Campeonato Mundial em Kona, Havaí, ele completou a extenuante prova de 226 km — que abrange 4 km de natação, 180 km de ciclismo e uma maratona completa — em 14 horas, 23 minutos e 56 segundos, superando o recorde anterior por mais de duas horas.
Monger, que também atua como comentarista e analista de corridas, participou do evento para angariar fundos para a Comic Relief, uma organização de caridade britânica que trabalha para erradicar a pobreza mundial. Em uma reflexão sobre sua experiência, ele expressou que, momentos como cruzar a linha de chegada no Havaí o fazem se sentir um recordista mundial, elevando seu orgulho em vez de associar a lembrança do acidente a um evento negativo.
Sua preparação para o Ironman exigiu um esforço considerável, com treinos quase diários que integraram o fortalecimento físico e mental. Monger destaca que o processo de preparação foi gradual, concentrando-se em pequenas vitórias ao longo do tempo. Como bi-amputado, ele enfrentou desafios únicos, especialmente na corrida, onde a força de suas próteses era crucial para evitar lesões que poderiam comprometer sua performance. Optou por pedalar uma bicicleta comum ao invés de uma handbike, o que significou reaprender habilidades básicas de ciclismo.
A natação, segundo Monger, foi a disciplina mais libertadora, pois permitiu um desempenho mais relacionado à força da parte superior do corpo. A maratona, no entanto, significou um desafio desconhecido, pois ele nunca havia corrido longas distâncias durante o treinamento. Na corrida, a proibição do uso de fones de ouvido o deixou sozinho com seus pensamentos, permitindo que refletisse sobre sua vida e desafios.
Ao cruzar a linha de chegada, Monger foi tomado pela emoção e exaustão. Seu círculo de apoio, incluindo familiares e sua namorada, estava presente, compartilhando um momento de profundo orgulho. Embora a corrida fosse uma missão de caridade, também representou uma oportunidade para ele retribuir ao suporte que recebeu durante sua jornada de reabilitação.
Monger expressou que, neste desafio, sua força e determinação foram seus próprios motores, ressaltando um sentimento de conquista pessoal, distinto do automobilismo, onde dependia de outras pessoas. Após o recorde, seus planos não incluem se afastar do esporte. Ele já está mirando nas Paralimpíadas de Los Angeles em 2028, onde espera representar a Grã-Bretanha no paratriathlon. Essa nova meta vem após conversas positivas com a equipe paralímpica britânica, tornando-o confiante em sua capacidade de se classificar.
Independentemente de seus próximos passos, Monger permanece focado em ser uma inspiração e apoiar os outros. Ele enfatiza a necessidade de encontrar a positividade em um mundo repleto de desafios, e reafirma que, apesar de sua conquista, o impacto que suas ações podem ter sobre as pessoas ao seu redor é um impulso significativo em sua vida.