O Partido Liberal (PL) está considerando a possibilidade de candidatar a cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos nas eleições de 2026. Débora foi detida em março de 2023, em decorrência de sua participação nos atos de vandalismo ocorridos em 8 de janeiro, e obteve a autorização para cumprir prisão domiciliar em 28 de outubro, conforme decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante, acredita que Débora pode representar a “luta pela liberdade de expressão”, um argumento utilizado pelo partido para justificar a anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro.
Apesar do interesse do partido em lançar Débora como candidata, seu status jurídico permanece indefinido. Se for condenada pelo STF, ela poderá se tornar inelegível segundo a Lei da Ficha Limpa, a qual proíbe a candidatura de indivíduos condenados por crimes que ameaçam a ordem democrática. Atualmente, Débora enfrenta acusações de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Sóstenes Cavalcante também solicitou à Procuradoria-Geral da República (PGR) que reavaliasse outras prisões preventivas relacionadas aos eventos de 8 de janeiro. O deputado sustenta que os mesmos critérios usados para conceder a prisão domiciliar a Débora — como o tempo excessivo de detenção e a ausência de periculosidade — deveriam ser aplicados a outros detentos envolvidos.
Após a decisão que possibilitou sua prisão domiciliar, Débora deixou a Penitenciária Feminina de Rio Claro (SP) no dia 29 de outubro e agora cumpre pena em Paulínia (SP), sob monitoramento eletrônico e submetida a restrições, incluindo a proibição de acessar redes sociais e de conceder entrevistas. O julgamento de seu caso ainda não foi finalizado, pois um pedido de vista do ministro Luiz Fux adiou a conclusão da decisão.