Após a popularização de ilustrações inspiradas no estilo das animações do Studio Ghibli nas redes sociais, diversos políticos brasileiros fizeram uso dessa tendência, que utiliza a nova ferramenta de inteligência artificial da OpenAI, para compartilhar desenhos de si mesmos. Entre os que aderiram estão governadores como Tarcísio de Freitas, de São Paulo, e Romeu Zema, de Minas Gerais. Prefeitos de capitais, como João Campos em Recife e Eduardo Paes no Rio de Janeiro, também participaram dessa iniciativa.
O Studio Ghibli é conhecido por produções icônicas, como “A Viagem de Chihiro” e “Meu Amigo Totoro”, e o estilo característico desses filmes foi amplamente replicado nas plataformas digitais. Essa demanda elevada pelo uso da ferramenta GPT-4, destinada à geração de imagens, resultou temporariamente na sobrecarga do sistema, conforme informações divulgadas nas redes sociais pelo CEO da OpenAI, Sam Altman.
De acordo com especialistas em comunicação política, há uma percepção entre a classe política de que as redes sociais são essenciais para estreitar laços com os eleitores. A utilização de memes e a adoção de conteúdos que estão em alta são algumas das estratégias adotadas nesse contexto. Essas abordagens possibilitam uma representação mais próxima do cotidiano dos cidadãos, promovendo uma imagem de acessibilidade e renovação entre os políticos.
O impacto dessa comunicação pode variar conforme a rede social utilizada, com o Facebook sendo mais acessado por um público mais velho, o Instagram por adultos, e o TikTok por usuários mais jovens. Tarcísio de Freitas, por exemplo, fez uma publicação com ilustrações que o retratam batendo um martelo na B3, a bolsa de valores do Brasil. Eduardo Paes, por sua vez, publicou desenhos que homenageiam ações de sua gestão, como a inauguração do Terminal Mato Alto.
João Campos e a deputada Tabata Amaral optaram por divulgar apenas ilustrações pessoais, sem vinculação a ações específicas. De acordo com os especialistas, o lançamento da nova ferramenta pela OpenAI gerou um significativo estímulo na classe política, embora haja preocupações com a falta de regulação em relação ao uso dessa tecnologia no Brasil. Além disso, há uma constatação de um investimento mais robusto da direita na comunicação política.
Essa onda de publicações gerou discussões nas redes sociais sobre questões de direitos autorais, uma vez que ainda não existe uma regulação clara que aborde esse tema, e a expectativa de que uma regulação abrangente venha a ser estabelecida no futuro é incerta. De acordo com os especialistas, a direita está se destacando nesse cenário devido a um investimento em comunicação mais profissional, enquanto a esquerda parece estar perdendo espaço por falta de inovação e planejamento.