4 maio 2025
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Por Que Bilionários Escolhem Doar a Maior Parte de Sua Riqueza?

Melinda French Gates é a fundadora da Pivotal Ventures, focada em investimentos de impacto.

Marie Dageville, ex-enfermeira de uma clínica na área da baía de São Francisco, revelou que não tinha conhecimento sobre doações filantrópicas até 2020. O marco em sua vida ocorreu em setembro daquele ano, quando a empresa de software Snowflake, cofundada por seu marido, Benoit Dageville, entrou na bolsa de valores. Com a valorização das ações, o casal se tornou bilionário de forma repentina. Decidida a se dedicar à filantropia, Marie, com 58 anos, procurou destinar sua nova fortuna a causas que considera significativas. Ela enfatiza a necessidade de agir de imediato, preocupando-se com as ameaças climáticas e a diminuição da assistência a pacientes com HIV.

O Giving Pledge tem sido um espaço que favorece a filantropia colaborativa, conforme evidenciado pela recente declaração de uma nova iniciativa, chamada The Beginnings Fund. Este projeto, que envolve um compromisso financeiro de US$ 500 milhões, é uma colaboração entre a Fundação Gates, a Fundação Mohamed bin Zayed e outros doadores. O objetivo é salvar 300 mil vidas de recém-nascidos e suas mães de morte evitável na África Subsaariana, em parceria com os ministérios da saúde dos países afetados.

Neste ano, o Giving Pledge está celebrando seu 15º aniversário, e entrevistas recentes destacaram a evolução e os aprendizados dos seus membros. Desde sua fundação em 2010, com 40 signatários, o grupo cresceu para 245 membros, abrangendo 30 países, incluindo nações como China, Índia e Indonésia. Este grupo, no entanto, representa apenas 8% dos 3.028 bilionários listados anualmente.

Recentemente, a adesão ao Pledge apresentou uma diminuição, contrastando com o aumento do número de bilionários globalmente. Em anos anteriores, a entrada variava de 13 a 19 novos membros, enquanto em 2023 somente sete novos signatários foram registrados, e quatro são previstos para 2024.

O Giving Pledge atua de maneira independente, estabelecendo um equilíbrio entre a promoção da doação filantrópica e a preservação da privacidade de seus membros. Apesar dos esforços, o total de doações realizadas pelos signatários ainda não é mensurado. Além disso, a efetividade do cumprimento da promessa de doar metade da fortuna durante a vida ou em testamento não é clara, dado que mais de 17 membros já faleceram.

Cara Bradley, diretora assistente da Fundação Gates, destacou três doadores falecidos que cumpriram sua promessa: Chuck Feeney, Jon M. Huntsman e Lorry Lokey. Desde a fundação do Pledge, houve mudanças notáveis nas relações entre seus fundadores, especialmente após o divórcio de Melinda e Bill Gates em 2021. Melinda permanece focada em suas iniciativas filantrópicas, com ênfase em apoio a mulheres e meninas, enquanto ainda está envolvida com o Giving Pledge.

Os novos membros do Pledge frequentemente mencionam a hesitação inicial em se juntar ao grupo, refletindo preocupações com a forma como sua riqueza poderia ser percebida publicamente. Contudo, após reflexões, muitos concluem que a intenção de se unir tem um valor significativo.

Os membros do Giving Pledge direcionam suas doações a uma ampla variedade de causas, incluindo saúde global, educação e iniciativas climáticas. Um resumo das contribuições de cinco membros exemplifica essa diversidade de atuação filantrópica.

Bill e Joyce Cummings, com um patrimônio de US$ 1 bilhão, são conhecidos por suas doações discreta, mas impactantes, para instituições de ensino e apoio à comunidade na região de Boston. O casal decidiu que tornar suas doações públicas poderia incentivar outros a fazerem o mesmo.

Marie e Benoit Dageville, com patrimônio de US$ 1,1 bilhão, focam em saúde global e justiça climática, destacando a importância de trabalhar com outros conhecedores do setor filantrópico. Eles realizam doações significativas por meio da entidade beneficente da família.

Badr Jafar e Razan Al Mubarak, cidadãos dos Emirados Árabes Unidos, concentram-se na infraestrutura filantrópica e utilizam a tecnologia para impulsionar doações por meio da plataforma HasanaH, que busca aumentar o impacto das doações na comunidade islâmica.

Rohini e Nandan Nilekani, da Índia, abordam a responsabilidade associada à riqueza, considerando sua riqueza como uma oportunidade para melhorar a sociedade. Eles apoiam a EkStep Foundation para aprimorar a alfabetização e o aprendizado no país.

Por fim, Tahir, indonésio fundador do conglomerado Mayapada, se compromete a apoiar causas humanitárias, particularmente no auxílio a refugiados. Ele expressa um forte desejo de utilizar sua fortuna para causas de emergência que demandem atenção imediata.

Em resumo, a filantropia entre bilionários do Giving Pledge reflete um esforço conjunto em diversas áreas essenciais, promovendo impactantes mudanças globais.

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