1 junho 2025
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Portugueses Demandam Transformação: O Impactante Crescimento da Nova Geração

Fundado em 2019, o Chega foi inicialmente considerado uma piada pelas elites políticas de Portugal, visto como um partido sem bases, sem história e sem espaço em um país tradicionalmente governado por socialistas e social-democratas. O resultado das eleições revelou que André Ventura, um jurista e ex-comentarista esportivo de 42 anos, agora tem razões para comemorar, uma vez que o Chega, impulsionado pelos votos de comunidades portuguesas no exterior, inclusive no Brasil, conseguiu obter 60 deputados no parlamento, tornando-se a segunda maior força política do país.

Essa mudança representa um marco histórico que não apenas deixa a esquerda em uma posição difícil em Portugal, mas também reflete um fenômeno mais amplo em nível global. Ventura, que possui conexões com Jair Bolsonaro, expressou sua ambição de moldar o futuro político de Portugal: “A partir de agora, nada será como antes. Porque o sistema político fez ele próprio uma transformação”. Apesar de um tom contido, sua mensagem era clara: “Quero mudar a vida dos portugueses. Quero mudar a alma deste país”.

A ambição do líder do Chega ocorre em um contexto desafiador. Sua ascensão é, em parte, uma resposta à crescente imigração, que não se limita mais aos brasileiros e aos cidadãos das ex-colônias africanas, mas inclui uma quantidade significativa de imigrantes indianos e paquistaneses. Ventura argumentou que muitos desses imigrantes, ao buscarem melhores condições em países mais prósperos, trazem consigo uma experiência com sistemas como socialismo e social-democracia, o que introduz um novo entendimento sobre a dependência de subsídios e os desafios sociais atuais.

Com sua nova posição na oposição, Ventura prometeu agir com responsabilização, embora seu estilo combativo tenha sido fundamental para sua ascensão. O atual primeiro-ministro, Luís Montenegro, da Aliança Democrática, não parece oferecer um desafio imediato. Embora sua aliança tenha sido a mais votada, possui apenas 91 deputados, representando um pouco mais de 30% dos votos, enfrentando a necessidade de formar alianças com pequenos partidos, sem considerar coligações com o Chega.

A situação política em Portugal, fragmentada em três blocos – centro-esquerda, centro-direita e direita populista – não indica um caminho fácil para que o Chega se torne um partido governante. Contudo, há apenas seis anos, poucos acreditavam que um partido recém-criado e sem histórico conseguiria tornar-se a segunda maior força do país. O fenômeno do Chega tem paralelos com o partido Reforma, liderado por Nigel Farage no Reino Unido, cuja ascensão foi impulsionada pela rejeição à imigração em larga escala. Essa tendência se observa também em outras partes da Europa e nos Estados Unidos, desafiando a ideia de que essas movimentações políticas são meramente de extrema direita ou nostalgia por regimes autoritários. A realidade política atual é evidente e notável para aqueles que estão dispostos a reconhecer.

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