15 março 2025
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Prada pode comprar a Versace: tudo que você precisa saber!

Duas renomadas marcas de luxo italianas estão no centro de um significativo rumor no setor: o Grupo Prada, que possui a marca Prada, está em vias de adquirir a Versace, atualmente de propriedade da Capri Holdings, uma empresa americana que também gerencia marcas como Michael Kors e Jimmy Choo. A avaliação da transação está estimada em 1,5 bilhão de euros, equivalente a aproximadamente 9,4 bilhões de reais.

Em fevereiro, a Bloomberg News reportou, com base em uma fonte anônima, que o Grupo Prada é o candidato preferencial para a compra. Da mesma forma, a Reuters, citando uma fonte não identificada, confirmou que o grupo recebeu um prazo de quatro semanas para revisar as informações financeiras da Versace.

A holding italiana está atualmente em um período exclusivo de diligência, analisando os riscos associados à compra. Ainda segundo a Reuters, na última sexta-feira (14.03), Andrea Guerra, CEO da Prada, esteve em Nova York, o que aumenta as especulações de que a venda pode ser finalizada neste mês.

Na quinta-feira (13.03), foi anunciado que Donatella Versace não ocupará mais o cargo de diretora criativa da Versace, posição que ocupava há 28 anos, desde a morte de seu irmão, Gianni Versace. Dario Vitale assume agora a função de Chief Creative Officer, vindo da Miu Miu, uma das marcas do Grupo Prada. Donatella continuará como embaixadora da marca, focando em iniciativas filantrópicas por meio da Fundação Versace. O presidente e CEO da Capri, John D. Idol, declarou que as mudanças fazem parte de um bem elaborado plano de sucessão para a marca.

Desde a aquisição da Versace, em 2018, a performance da etiqueta sob a gestão da Capri não foi satisfatória. No último trimestre de 2025, a receita caiu para 193 milhões de dólares, uma diminuição de 15% em relação ao mesmo período do ano anterior. Além disso, a empresa registrou um prejuízo operacional de 21 milhões de dólares neste ano.

Em outubro do ano passado, a Capri considerou fusionar sua estrutura com a Tapestry, controladora da Coach e Kate Spade, em um acordo de 8,5 bilhões de dólares, que foi bloqueado por uma decisão judicial nos Estados Unidos. A Comissão Federal de Comércio impediu a fusão, alegando violação das leis antitruste, devido à redução da concorrência.

Após essa decisão desfavorável, o preço inicialmente solicitado pela Capri para a venda da Versace, cerca de 3 bilhões de euros, prolongou as discussões com potenciais compradores. Se o valor da transação com o Grupo Prada for realmente de 1,5 bilhão de euros, isso representará um prejuízo para a holding americana. Segundo informações do jornal Corriere della Sera, a Prada também está considerando fazer uma oferta pela Jimmy Choo.

As dificuldades enfrentadas pela Capri indicam que a finalização do acordo pode ocorrer de maneira ágil. Em fevereiro, a S&P Global Ratings rebaixou a classificação de crédito da empresa, apontando que “as dificuldades operacionais e o alto endividamento complicam o cumprimento de suas obrigações financeiras.”

Até o momento, o Grupo Prada não emitiu um comunicado oficial sobre o assunto. Em 27 de fevereiro, durante o backstage de um desfile, Miuccia Prada mencionou para jornalistas que “todos estão observando (a Versace).”

A probabilidade de que o Grupo Prada seja o comprador da Versace se deve ao seu status como o maior conglomerado de moda italiano e seu saudável desempenho financeiro em um setor que enfrenta desaceleração. No dia 4 de março, o grupo anunciou resultados de 2024 que mostraram um faturamento de 5,43 bilhões de euros, marcando um crescimento de 17% em relação a 2023. Os lucros atingiram 839 milhões de euros, um aumento de 25% em comparação ao ano anterior, com as vendas da Miu Miu crescendo 84% no quarto trimestre do ano passado.

A aquisição da Versace traria para o Grupo Prada um estilo que complementaria suas marcas existentes. Atualmente, o portfólio do grupo inclui as marcas de moda Prada, Miu Miu, Church’s e Car Shoe. A Versace, com sua estética exuberante, poderia equilibrar a elegância da Prada e a proposta jovem da Miu Miu, conforme análise de especialistas em marketing.

Uma potencial compra não apenas devolveria a Versace a um grupo italiano, mas também estimularia uma competição saudável entre empresas nacionais e estrangeiras, como LVMH e Kering. Com a aquisição, o Grupo Prada fortaleceria sua presença frente a conglomerados franceses, enquanto também defende a cultura e o artesanato italiano.

Historicamente, o Grupo Prada já envolveu-se em aquisições significativas, iniciando esta trajetória no final dos anos 90, quando Miuccia Prada e Patrizio Bertelli diversificaram seu portfólio, adquirindo marcas como Helmut Lang e Jil Sander. No entanto, essa expansão inicial trouxe desafios, levando a empresa a se desfazer de várias de suas aquisições até 2007, o que gerou reflexões sobre suas estratégias de investimento.

A reestruturação da Versace poderá ser um desafio, mas a experiência de Dario Vitale, o novo diretora criativo, traz esperanças. Vitale, que começou sua carreira na Bottega Veneta e passou 14 anos na Miu Miu, pode implementar uma abordagem nova e conectada com as gerações mais jovens, que buscam uma representação autêntica em marcas de luxo. A continuidade do DNA da Versace, ao mesmo tempo que se aproxima desse novo público, poderia gerar um futuro promissor para a marca.

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