No dia 9 de agosto, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que sua administração está em conversações com quatro grupos distintos interessados na aquisição do TikTok no país. Essa informação surge poucos dias após a possibilidade de uma extensão do prazo de 75 dias para a finalização do negócio. No Air Force One, Trump afirmou que pode haver um acordo para a venda da plataforma da ByteDance em breve, mencionando que “muitas pessoas” estão interessadas na compra, mas não forneceu detalhes sobre os grupos ou indicou preferência por nenhum deles, apenas afirmando que “todos os quatro são bons.” O TikTok não comentou sobre o assunto.
Após assumir o cargo em 20 de janeiro, Trump revogou a proibição do TikTok e concedeu à empresa um prazo adicional de 75 dias para buscar um comprador para suas operações nos EUA. O prazo expira em 5 de abril. Na semana anterior, Trump indicou que poderia estar disposto a prolongar esse prazo, manifestando a expectativa de que a China aprovaria o acordo. Entretanto, não ficou claro por quanto tempo o presidente estaria disposto a estender o prazo. De acordo com as normas legais, a extensão pode ser de mais 90 dias, desde que a ByteDance esteja ativamente buscando vender o TikTok.
Imediatamente após a revogação da proibição do TikTok no dia de sua posse, Trump comentou que a aprovação da China para a venda poderia influenciar sua decisão quanto à aplicação de tarifas sobre o país. Ele destacou que, embora não estivesse afirmando que faria isso, a imposição de tarifas poderia ser uma opção. Trump indicou que um possível bloqueio do governo chinês na negociação seria considerado um ato hostil, justificando a imposição de tarifas que poderiam variar entre 25% e até 100%.
Apesar de ligar as tarifas ao acordo do TikTok, Trump já havia implementado uma tarifa geral de 20% sobre as importações chinesas, o que provocou retaliações por parte da China. A venda do aplicativo requer a aprovação do governo chinês, uma vez que envolve o algoritmo de entrega de conteúdo, essencial para o sucesso do aplicativo, que está sujeito ao controle de exportação relacionado a recomendações personalizadas. Nos últimos anos, autoridades chinesas manifestaram sua intenção de bloquear uma venda forçada do TikTok, mas nos últimos meses pareceram adotar uma postura mais flexível.
No dia da posse de Trump, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, expressou que decisões sobre operações e aquisições devem ser tomadas independentemente pelas empresas, com base em princípios de mercado. No entanto, as relações entre China e Estados Unidos se deterioraram recentemente, especialmente devido à tarifa de 20% imposta por Trump sobre importações. Na última semana, durante uma coletiva de imprensa, o porta-voz Lin Jian expressou o desgaste nas relações entre os dois países, afirmando que a China está disposta a resistir em um possível conflito, seja tarifário, comercial ou de outra natureza. A situação atual deixa em aberto se essas tensões resultarão em um bloqueio por parte da China ao acordo do TikTok.
