O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou no último sábado (5) que está preparado para intervir e auxiliar na “proteção” das empresas do Reino Unido diante das novas políticas tarifárias implementadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Starmer sugeriu a possibilidade de intervenção do estado nas indústrias mais impactadas, destacando a disposição do governo em utilizar a política industrial para defender as empresas britânicas em tempos de crise econômica.
Ele mencionou em uma publicação que algumas pessoas podem ter reservas quanto à ideia de intervenção estatal no mercado, a qual frequentemente é desacreditada. No entanto, ele argumentou que a sociedade não pode permanecer presa a antigos conceitos diante da rápida transformação global. Embora Starmer mantenha que a prioridade do governo é assegurar um acordo comercial com os Estados Unidos, que poderia incluir isenções tarifárias, ele enfatizou que todas as medidas possíveis serão tomadas para proteger os interesses nacionais.
A Grã-Bretanha foi relativamente poupada das penalidades mais severas na recente imposição de tarifas por Trump, enfrentando uma taxa de imposto de importação de 10%. Contudo, a expectativa é que uma guerra comercial em larga escala possa prejudicar a economia britânica, que é notoriamente aberta ao comércio internacional. Starmer comentou que o governo irá acelerar planos para aumentar a competitividade interna, diminuindo a vulnerabilidade a choques externos, e expressou a intenção de fortalecer alianças enquanto reduz barreiras comerciais.
De acordo com informações, o governo britânico pode implementar reformas de urgência para desburocratizar a regulamentação e considerar incentivos fiscais direcionados a setores afetados. A montadora Jaguar Land Rover anunciou que suspenderá as remessas de veículos para os Estados Unidos por um mês em resposta às tarifas, o que gerou preocupações sobre o impacto em uma indústria vital que emprega cerca de 200.000 pessoas no Reino Unido.
Starmer reiterou em sua coluna que adotará uma postura cautelosa em relação às tarifas, evitando retaliações imediatas, porém deixou claro que “todas as opções permanecem em discussão”. Na quarta-feira, o governo britânico divulgou uma extensa lista de produtos norte-americanos, totalizando 400 páginas, que poderiam ser incluídos em uma eventual resposta tarifária retaliatória.