14 abril 2025
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Preocupação nos Republicanos: Envolvimento de Enviado de Trump com Demandas Russas

Menos de 48 horas após um jantar com um representante enviado pelo presidente russo, Vladimir Putin, em Washington, o enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, se reuniu com o presidente Donald Trump na Casa Branca, onde apresentou uma mensagem clara. Witkoff argumentou que a forma mais eficiente de alcançar um cessar-fogo na Ucrânia seria apoiar uma estratégia que concederia à Rússia a posse de quatro regiões no leste da Ucrânia, que o país tentou anexar ilegalmente em 2022. Essa posição já havia sido defendida anteriormente por Witkoff, incluindo em uma entrevista de podcast, mas foi rejeitada consistentemente pelo governo ucraniano e considerada por algumas autoridades americanas e europeias como uma demanda excessiva da Rússia.

Durante a reunião com Trump, o general Keith Kellogg, representante do presidente para a Ucrânia, contestou a posição de Witkoff, afirmando que a Ucrânia, embora aberta a negociações sobre os territórios disputados, não aceitaria ceder unilateralmente o controle total dessas áreas à Rússia. A reunião concluiu sem que Trump decidisse modificar a estratégia dos Estados Unidos. Witkoff seguiu para a Rússia para um encontro com Putin logo após o encontro na Casa Branca.

O governo Trump enfrenta crescentes divergências sobre como resolver o impasse entre a Ucrânia e a Rússia, com Witkoff e Kellogg — que apoia um auxílio mais robusto à Ucrânia — apresentando visões diferentes sobre a melhor abordagem a seguir. As autoridades do governo e diplomatas ocidentais observam essas discordâncias. O gabinete de Witkoff, o Conselho de Segurança Nacional, o Departamento de Estado, o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia e a Embaixada da Rússia em Washington não responderam a pedidos de comentários relacionados a essas questões.

Em uma quebra de protocolo de segurança, Witkoff havia convidado Kirill Dmitriev, o enviado russo sancionado pelos Estados Unidos após a invasão, para um jantar em sua residência, antes da reunião na Casa Branca. Essa ação levantou preocupações dentro da Casa Branca e do Departamento de Estado, uma vez que as autoridades americanas geralmente evitam receber funcionários da Rússia em suas residências devido a suas capacidades de inteligência. O jantar foi então transferido para a Casa Branca.

Witkoff, um antigo aliado de Trump que contribuiu para avanços diplomáticos significativos, conseguiu obter apoio de alguns céticos do Partido Republicano em relação à Ucrânia. No entanto, suas propostas geraram descontentamento em outros setores do partido que acham que a administração está se aproximando demais de Moscou. Preocupados com essa postura, alguns republicanos no Congresso expressaram insatisfação ao conselheiro de Segurança Nacional e ao secretário de Estado.

Desde sua posse em janeiro, Trump tem ajustado a política externa dos Estados Unidos, pressionando a Ucrânia por um cessar-fogo, enquanto reverte muitas das medidas que a administração anterior implementou para sancionar a Rússia pela invasão em larga escala em 2022. Algumas autoridades americanas e europeias expressam preocupação de que, conforme Witkoff prossegue com a estratégia de Trump, a Rússia esteja se beneficiando da falta de experiência dele nas negociações.

Críticos, incluindo importantes doadores republicanos, têm sugerido mudanças na equipe de Witkoff, com um destacado doador pedindo sua substituição após a entrevista que ele concedeu, em que elogiava Putin. Trump, por sua vez, tem enfatizado repetidamente seu desejo de intermediar um cessar-fogo na Ucrânia até maio, sustentando que os Estados Unidos devem buscar o fim do conflito que já causou numerosas mortes e que podería, potencialmente, levar a uma confrontação nuclear. Contudo, dois acordos parciais de cessar-fogo já iniciados, um relacionado à infraestrutura de energia e outro no Mar Negro, foram interrompidos, resultando em frustração por parte do presidente diante da falta de progresso nas negociações.

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